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quarta-feira, 6 de março de 2013

A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: RETOMANDO A HISTÓRIA DO PIONEIRO JOÃO PEREIRA BARBA DE ARGOLÃO E DESCENDENTES


 
A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: RETOMANDO A HISTÓRIA DO PIONEIRO JOÃO PEREIRA BARBA DE ARGOLÃO E DESCENDENTES

 
ANTÔNIO DE SOUSA COSTA


 
 
 

 

Voltando à família de João Pereira da Cunha, vulgo Barba de Argolão, o primeiro Sinhô da Fazenda Cachoeira dos Pereiras, em Divino, Minas Gerais. Minha mãe Antoninha, neta do João Argolão, sempre falava em uma tia, por nome Lourença, que era casada com João Pereira, filho de João Argolão. Dizia minha mãe que tia Lourença era cantora de Igreja, e que tinha a voz bem afinada. Tia Lourença, quando ia para a Igreja, levava também minha mãe, e sempre a incentivando com elogios, dizendo que minha mãe tinha boa voz. Minha mãe ainda era menina quando começou a cantar em Igreja, junto com tia Lourença e tio João Pereira Filho.

 

Havia dois Arraiais nas vizinhanças que faziam festa de mês de Maria, festa de São Sebastião e festa de Santo Antônio. O mais próximo tinha por nome Choro [lugar atualmente conhecido pelo nome de Santo Antônio do Arrozal], o outro tinha por nome Indaiá. Tio João Pereira Filho e tia Lourença eram contratados para rezar e cantar, sempre que havia festa nos dois Arraiais. Tia Lourença, quando ia cantar na Igreja, levava minha mãe Antoninha, e, as duas, fizeram uma dupla famosa. Tia Lourença já não cantava em Igreja sem minha mãe. Só tratava de rezar se minha mãe Antoninha ajudasse na cantoria. E, assim, por muitos anos, a dupla tia e sobrinha, cantaram, não só em igrejas, mas também em casas de parentes e amigos da família.

 

Mas tudo o que é bom, dura pouco. Tio João Pereira Filho resolveu mudar-se para Ponte Nova, deixando minha mãe na saudade. Minha mãe, nessa época, já estava moça solteira e, como gostava de cantar ladainha e rezar o terço, mesmo sem a presença de tia Lourença, era chamada para rezar em casas de parentes e amigos da família, e sempre tinha alguém que a ajudava a cantar. Isso continuou por algum tempo, até que apareceu meu pai Zeca de Souza, que viera, com os pais, de Laranjal, município de Cataguases, em Minas Gerais, para morar em um Sítio localizado no Choro.
 

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