A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: A PRIMEIRA VISITA DA FAMÍLIA SOUZA
MOREIRA À FAMÍLIA DE JOAQUIM PEREIRA DA CUNHA
ANTÔNIO DE
SOUSA COSTA
Sendo meu pai Zeca de Souza o
filho mais velho de José Antônio de Souza Moreira, e já rapaz formado, começou
a frequentar as residências dos vizinhos que tinham moças na idade de casar.
Ele viu minha mãe pela primeira vez na casa de um tio dela, por nome Joaquim
Alves, que era vizinho de meu avô José Antônio. Joaquim Alves era irmão de
minha avó materna Maria Brasilina. Desse encontro de meu pai e minha mãe,
começou o romance. A amizade entre Pereiras e Souzas ia aumentando cada vez
mais, e meu avô José Antônio foi convidado para uma batucada em casa de meu
outro avô Joaquim Pereira da Cunha, pai de minha mãe. Meu avô Souza aceitou o
convite e veio com toda a família, e, chegando em casa de meu avô Pereira,
encontrou-se com outros violeiros e a batucada começou.
A família Alves, composta pelos irmãos de minha avó
Maria Brasilina, e a família Pereira, da parte de meu avô Joaquim, todos com os
olhos fixos em meu avô Souza, violeiro e cantador, homem animado. Naquele
entusiasmo, meu avô, cantando, errou um verso, mas emendou rapidamente, e
cantou assim: “Este verso eu errei, eu
bem sei aonde errei. No abrí fechá da boca, do meu amor alembrei”. E dizia minha mãe que o povo, que estava
apreciando meu avô Souza tocar viola e cantar, ficou acenando com a cabeça e
dizendo uns para os outros: “– É!, o homem é violeiro de verdade!” E, assim,
passaram aquela noite em harmonia e, ao amanhecer do dia, meu avô Souza, vovó
Chiquinha e os filhos voltaram para o Sítio, aonde residia toda a família.
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