A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU AVÔ PATERNO JOSÉ ANTÔNIO:
SITIANTE, VIOLEIRO, DANÇARINO E CANTOR DE CATERETÊ
ANTÔNIO DE SOUSA COSTA
Meu avô paterno José Antônio
de Souza Moreira já tinha ouvido falar na Zona da Mata, Minas Gerais, que era terra nova,
terra boa para dar mantimento. Depois da briga com o cunhado, meu avô José
Antônio resolveu se mudar de Laranjal para outro lugar. Como tinha um primo por
nome Antônio de Souza Moreira, que tinha comprado uma Fazenda no município de
Carangola, em Minas Gerais, meu avô foi até à fazenda do primo Antônio e, lá,
conversando com o primo, foi informado de um Sítio que estava à venda. Meu avô
foi ver o Sítio, agradou-se, e fez negócio com o dono. Esse Sítio fazia divisa
com a Fazenda Cachoeira dos Pereiras, na época já dividida com os herdeiros do
João Argolão, e era exatamente a parte da Fazenda que tocara por herança para
um tio de minha mãe por nome Sebastião Pereira, um dos filhos do pioneiro João
Pereira da Cunha, o Barba de Argolão.
Meu avô José Antônio voltou a Laranjal, despediu-se
de sua mãe Severina e de seus irmãos, e veio para o Divino de Carangola, aonde
tinha comprado o Sítio. Meu avô chegou ao Divino de Carangola, vindo de
Laranjal, com vovó Chiquinha e seis filhos, sendo três homens e três mulheres.
Nome dos homens: José (meu pai), João e Camilo. Nome das mulheres: Maria, Ana e
Floripes. Ainda não tinha casado nenhum deles.
Sendo meu avô violeiro famoso, em pouco tempo estava
conhecido por toda a vizinhança de sua nova residência. Meu avô José Antônio de
Souza Moreira tocava e cantava moda de viola, e dançava o batuque cateretê,
aprendido com os escravos quando criança, e era chamado pelos moradores da
região para tocar viola, e cantar e batucar. Como ele conhecia bem o ponto da
viola, não tinha receio de encontrar-se com outros violeiros, e, quando se encontravam,
era aquela disputa, cada qual queria mostrar mais o que sabia.
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