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quarta-feira, 13 de março de 2013

A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEUS PAIS ZECA E ANTONINHA



A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEUS PAIS ZECA E ANTONINHA


ANTÔNIO DE SOUSA COSTA


 


 

Meu pai Zeca de Souza sempre vinha à casa de meu avô Joaquim Pereira para ver minha mãe. E, não demorou muito tempo, minha mãe foi pedida em casamento pelo meu pai. O pedido foi aceito pelo meu avô, que ainda não estava doente da cabeça, Meu avô Joaquim Pereira e minha avó Maria Brasilina, pais de minha mãe Antoninha, marcaram o casamento para o mês de janeiro de 1899, quase no final do século XIX.

 

Meu pai Zeca e minha mãe Antoninha eram casados só no eclesiástico, porque, naquela época, não existia casamento no civil. Foram pais de doze filhos, todos registrados como filhos naturais. Meu pai, por várias vezes, quis legitimar os filhos, mas minha mãe não concordava em tornar a casar. Por isso, ficamos todos como filhos naturais.

 

Meu pai tratava os filhos com muito respeito e severidade, e minha mãe não era assim tão severa. Meu pai fumava cigarro de palha de milho, mas nunca deu licença de filho fumar. Teve uma noite que ele foi ao meu quarto, quando eu já estava deitado, fumando um cigarro muito distraído. Quando ele entrou e falou comigo, eu estava com a boca cheia de fumaça, mas não adiantou nada, a fumaça saiu pelas narinas. Isto, eu já estava com vinte e um anos.

 

Já minha mãe era mais camarada com os filhos. Minha mãe também fumava, e dava cigarro aos filhos, e quando ela não tinha fumo, pedia aos filhos. Minha mãe era costureira, fazia roupa para homem e para mulher, mas o que ela gostava era de fazer roupa de homem. Tinha uma máquina Singer de sete gavetas, sendo três de cada lado e uma de frente com três repartições. Antoninha, minha mãe, tinha uma grande freguesia, vinha gente de longe trazendo pano de brim amarelo para fazer terno. Era o que se usava mais para homem. As mulheres traziam fazendas de tricoline, chita e até seda. Minha mãe tinha o maior cuidado em fazer as roupas. Primeiro tinha que molhar o pano, porque tinha pano que encolhia. Muitas das vezes, ela queria recusar algumas costuras, porque já tinha demais pra ela fazer, mas os fregueses imploravam, até que ela aceitava, mas sem compromisso. Isso era em ocasiões de festas, e, assim, ela ficava sentada em um topo de madeira roliço. O dia era pouco pra ela trabalhar, inteirava com a noite, das quatro horas da madrugada até às dez horas da noite. Fora dessas ocasiões, não tinha tanto serviço, mas ela costurava diariamente, não fazia outra coisa, até a comida ia pra ela na máquina.

 

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