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segunda-feira, 18 de março de 2013

A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU AVÔ JOSÉ ANTÔNIO E O PRIMO RICO ANTÔNIO DE SOUZA MOREIRA



A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU AVÔ JOSÉ ANTÔNIO E O PRIMO RICO ANTÔNIO DE SOUZA MOREIRA


ANTÔNIO DE SOUSA COSTA

 
 
 
 


Voltando ao meu avô, por parte de pai, José Antônio de Souza Moreira. Dizia meu avô que, quando ele deixou Laranjal e veio morar em Divino de Carangola, ele não tinha recurso necessário para movimentar o seu Sítio e fazer a produção crescer. Precisava de alguém que lhe desse a mão. 

 

Ele tinha um primo rico, por nome Antônio de Souza Moreira, dono de uma grande Fazenda, que fazia divisa com a de meu avô, e que foi o mesmo que influiu meu avô para a compra desse Sítio. Então meu avô José Antônio procurou o primo Antônio de Souza Moreira e fez a proposta ao primo, dizendo que estava precisando de uma pessoa amiga, que pudesse emprestar a ele uma certa quantia de dinheiro, que era para movimentar o sítio e fazer plantações de café e todos os cereais, incluindo fumo. O primo Antônio de Souza Moreira concordou em fornecer a meu avô o que fosse preciso. Aí, meu avô começou a apanhar dinheiro e, até, algum mantimento, porque meu avô tinha vendido tudo o que possuía para poder comprar o Sítio e fazer a mudança.

 

Passado o primeiro ano, meu avô José Antônio não foi feliz na sua colheita. Ele separou da colheita os mantimentos da despesa de casa, e o restante que sobrou não deu para saldar a dívida. O primo Antônio de Souza Moreira não fez questão nenhuma, sempre dizendo: “– Primo Zé, o que ocê precisá, pode buscá. Eu tenho confiança em ocê, pois conheço ocê desde Laranjal, sei que ocê é homem direito e cumpridor de sua palavra”.

 

Veio o segundo ano, e a mesma coisa. E o terceiro ano, tudo do mesmo, aquela dívida sempre enrolada. E foi acumulando, até que um dia, o primo rico disse pra meu avô: “– Compadre Zé, ocê não vai poder me pagar a conta, que já anda muito alta. Agora eu preciso receber, não posso esperar mais”. Eles já eram até compadres, pois vovô casou uma das filhas e convidou o primo para ser testemunha do casamento. Aí, vovô pediu a ele que esperasse mais um pouco, porque não dava para pagar toda a dívida, mas o primo e compadre Antônio de Souza Moreira não aceitou proposta nenhuma de meu avô José Antônio, queria mesmo era o pagamento da dívida. Meu avô ficou muito aborrecido, porque teria de entregar o Sítio e ser obrigado a trabalhar de meeiro, tocando lavoura à meia com os fazendeiros. Com a compra do Sítio de meu avô, o compadre Antônio de Souza Moreira ficou mais rico ainda, mas foi por pouco tempo, ele morreu, deixando uma grande fortuna para os muitos filhos.

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