A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU AVÔ JOSÉ ANTÔNIO E O PRIMO RICO ANTÔNIO DE SOUZA MOREIRA
ANTÔNIO DE
SOUSA COSTA
Voltando ao meu avô, por
parte de pai, José Antônio de Souza Moreira. Dizia meu avô que, quando ele
deixou Laranjal e veio morar em Divino de Carangola, ele não tinha recurso
necessário para movimentar o seu Sítio e fazer a produção crescer. Precisava de
alguém que lhe desse a mão.
Ele tinha um primo rico, por nome Antônio de Souza
Moreira, dono de uma grande Fazenda, que fazia divisa com a de meu avô, e que
foi o mesmo que influiu meu avô para
a compra desse Sítio. Então meu avô José Antônio procurou o primo Antônio de
Souza Moreira e fez a proposta ao primo, dizendo que estava precisando de uma
pessoa amiga, que pudesse emprestar a ele uma certa quantia de dinheiro, que
era para movimentar o sítio e fazer plantações de café e todos os cereais,
incluindo fumo. O primo Antônio de Souza Moreira concordou em fornecer a meu
avô o que fosse preciso. Aí, meu avô começou a apanhar dinheiro e, até, algum
mantimento, porque meu avô tinha vendido tudo o que possuía para poder comprar
o Sítio e fazer a mudança.
Passado o primeiro ano, meu avô José Antônio não foi
feliz na sua colheita. Ele separou da colheita os mantimentos da despesa de
casa, e o restante que sobrou não deu para saldar a dívida. O primo Antônio de
Souza Moreira não fez questão nenhuma, sempre dizendo: “– Primo Zé, o que ocê precisá,
pode buscá. Eu tenho confiança em ocê, pois conheço ocê desde Laranjal, sei que ocê
é homem direito e cumpridor de sua palavra”.
Veio o segundo ano, e a mesma coisa. E o terceiro
ano, tudo do mesmo, aquela dívida sempre enrolada. E foi acumulando, até que um
dia, o primo rico disse pra meu avô:
“– Compadre Zé, ocê não vai poder me
pagar a conta, que já anda muito alta. Agora eu preciso receber, não posso
esperar mais”. Eles já eram até compadres, pois vovô casou uma das filhas e
convidou o primo para ser testemunha do casamento. Aí, vovô pediu a ele que
esperasse mais um pouco, porque não dava para pagar toda a dívida, mas o primo
e compadre Antônio de Souza Moreira não aceitou proposta nenhuma de meu avô
José Antônio, queria mesmo era o pagamento da dívida. Meu avô ficou muito
aborrecido, porque teria de entregar o Sítio e ser obrigado a trabalhar de
meeiro, tocando lavoura à meia com os fazendeiros. Com a compra do Sítio de meu
avô, o compadre Antônio de Souza Moreira ficou mais rico ainda, mas foi por
pouco tempo, ele morreu, deixando uma grande fortuna para os muitos filhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário