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domingo, 17 de março de 2013

A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: A AVENTURA DE TIO MANOEL PEREIRA



A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: A AVENTURA DE TIO MANOEL PEREIRA


ANTÔNIO DE SOUSA COSTA

 
 




Voltando à família João Pereira da Cunha, o Barba de Argolão. Desta vez, quero falar sobre Manoel Pereira, um irmão de meu avô Joaquim Pereira da Cunha. Eu ainda era bem criança quando ouvia falar sobre uma aventura de tio Manoel Pereira. Ele era casado com tia Rosalina, com quem teve muitos filhos.

 

Eu não conheci todos os filhos de tio Manoel Pereira, porque, quando eu nasci, tio Manoel já tinha se mudado pra Zona Norte de Minas. Mas eu conheci três dos filhos de tio Manoel Pereira: O mais velho por nome Francisco Pereira, Antônio Pereira e Reinor Pereira. Conheci também tio Manoel Pereira. Por duas vezes, ele veio passear em nossa casa, em Cachoeira dos Pereiras, hoje conhecida como Cachoeira dos Alves. Tio Manoel Pereira não era um homem forte como era o meu avô Joaquim Pereira, tio Manoel era franzino de corpo, de estatura média.  Tia Rosalina, esta eu não conheci, mas sempre ouvia falar sobre ela e tio Manoel Pereira, que viviam muito felizes, porque um entendia o outro muito bem.

 

Certa vez, tia Rosalina desejou beber água do tombo da cachoeira. Para ela, aquela água era mais gostosa, mais saborosa do que todas as águas. Em princípio, tio Manoel procurou convencê-la, que era impossível satisfazê-la, pois corria o risco de ele morrer e ela ficar viúva. Mas não adiantou nada, e ela sempre insistindo com ele. Até que ele resolveu arriscar a vida, para satisfazê-la. Então, ele pediu auxílio aos irmãos, que colaboraram com ele. Fizeram cordas bem reforçadas, amarraram as cordas pela cintura de Manoel, e ficaram segurando, com toda a força que possuíam, enquanto Manoel descia, na correnteza das águas, até chegar aonde ela dizia: “– É aí. É desta água que eu quero beber!” Os irmãos puxaram as cordas e retiraram ele, que trazia, em uma vasilha, aquela água, que a sua mulher desejou beber.

 

Mas, eu tenho cá pra mim, que o tio Manoel Pereira não gostou dessa aventura, talvez preocupado com a possibilidade de ter que repeti-la. Podia ser que a tia Rosalina tivesse outro desejo de beber daquela água tão clarinha, e ele, para satisfazê-la, fosse obrigado a descer novamente no tombo da cachoeira. Por isso, ele tratou de mudar-se. Todos os parentes diziam que o tio Manoel trocou o Sítio por uma égua e um cacho de banana, e logo se retirou da localidade Cachoeira.


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