12.5 - UMA ÍNTIMA ESCALADA AOS COGITOS SUPERIORES: A DIALÉTICA DA ALEGRIA E DA TRISTEZA
NEUZA MACHADO
“As cores são ações da luz, ações e esforços. Como compreender essas cores sem participar de seu ato profundo? (...) E qual é o ato da cor, senão tingir?
Esse ato de tingir considerado em toda a sua força primária, mostra-se de imediato como uma vontade da mão, de uma mão que aperta o tecido até o último fio. A mão do tintureiro é uma mão de amassador que quer atingir o fundo da matéria, o absoluto da sutileza. A tintura vai também ao centro da matéria” (Gaston Bachelard).
Em "As margens da alegria", as cores são ações da luz e estão dinamizadas pelo elemento ar; representam a dialética da alegria e tristeza, revelando ao Leitor os estados emocionais do Menino do interior ao viajar de avião. Este, graças a esta "viagem inventada no feliz", tinha tudo de uma vez, e nada, ante a mente. No decorrer da viagem aérea, ele tinha apenas a luz e a "longa-longa-longa nuvem". Esta viagem inventada saiu da vontade de criação ficcional do adulto, já citadino, e propiciou ao leitor participar também da aventura infantil.
As cores, nesta narrativa, foram criadas por intermédio das ações e esforços do Artista. Sua vontade de ultrapassar os antigos limites narrativos impulsionou sua mão, fazendo-o compreender o estado de espírito do Menino e participar ao mesmo tempo do ato profundo de reproduzi-lo. A natureza, apreendida pela sensibilidade criativa, mostra suas cores de acordo com os sentimentos do Menino, não do narrador. No âmbito do cogito(3), o escritor imita e duplica as emoções da antiga infância, até então adormecidas em sua consciência. O Menino é seu alter ego infantil; é o símbolo de uma infância bem administrada, vivida no reino das emoções maiores.
MACHADO, Neuza. Do Pensamento Contínuo à Transcendência Formal. Rio de Janeiro: NMachado / ISBN: 85-904306-1-8.
Esse ato de tingir considerado em toda a sua força primária, mostra-se de imediato como uma vontade da mão, de uma mão que aperta o tecido até o último fio. A mão do tintureiro é uma mão de amassador que quer atingir o fundo da matéria, o absoluto da sutileza. A tintura vai também ao centro da matéria” (Gaston Bachelard).
Em "As margens da alegria", as cores são ações da luz e estão dinamizadas pelo elemento ar; representam a dialética da alegria e tristeza, revelando ao Leitor os estados emocionais do Menino do interior ao viajar de avião. Este, graças a esta "viagem inventada no feliz", tinha tudo de uma vez, e nada, ante a mente. No decorrer da viagem aérea, ele tinha apenas a luz e a "longa-longa-longa nuvem". Esta viagem inventada saiu da vontade de criação ficcional do adulto, já citadino, e propiciou ao leitor participar também da aventura infantil.
As cores, nesta narrativa, foram criadas por intermédio das ações e esforços do Artista. Sua vontade de ultrapassar os antigos limites narrativos impulsionou sua mão, fazendo-o compreender o estado de espírito do Menino e participar ao mesmo tempo do ato profundo de reproduzi-lo. A natureza, apreendida pela sensibilidade criativa, mostra suas cores de acordo com os sentimentos do Menino, não do narrador. No âmbito do cogito(3), o escritor imita e duplica as emoções da antiga infância, até então adormecidas em sua consciência. O Menino é seu alter ego infantil; é o símbolo de uma infância bem administrada, vivida no reino das emoções maiores.
MACHADO, Neuza. Do Pensamento Contínuo à Transcendência Formal. Rio de Janeiro: NMachado / ISBN: 85-904306-1-8.
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