BACHELARD: O INSTANTE VERTICAL - 17
NEUZA MACHADO
Bachelard esclarece, quando teoriza sobre "as superposições temporais”, que os vários graus de instantes formam um acontecimento, e o acontecimento é o fato, ou seja, está também contido no tempo absoluto. A qualidade desse tempo (tempo do pensamento) é que é diferente, mesmo se manifestando no tempo vital considerado absoluto, mas, em verdade, já é um tempo vertical. É um tempo que aparenta ser contínuo e, por isto, ainda dentro dos limites existenciais. Esse tempo, entendido pela Física, cientificamente, ainda não foi suplantado, apesar das tentativas filosóficas para se provar a existência de outras dimensões paralelas de tempo, além dos limites vitais. As dimensões temporais, vistas em suas formas aparentes, limitadas ao plano experimental, só podem realmente ser captadas no plano de interseção entre aparência e essência, plano este pouco avaliado, desenvolvendo-se assim idéias verticais no nível filosófico. Este plano de interseção pode levar a um entendimento vertical (o instante) ou a um entendimento relativo (correlações de instantes), que estão contidos potencialmente no entendimento do todo (para Bachelard, os três cogitos do pensamento estão dentro do plano vital).
O entendimento teórico-mental do tempo relativo (um estágio acima do tempo absoluto) está baseado no estudo do movimento, enquanto característica da continuidade das sequências dos instantes temporais. A qualidade no tempo relativo é mutável, de acordo com os pontos de referência, por isto, ela é plural. Esses pontos de referência correlacionam-se, conservam ordens objetivas de transcurso. Por estas razões, os pontos de referência do tempo relativo têm continuidade, porque, mesmo sendo constituídos de instantes destacados, que não guardam durações absolutas, como no tempo contínuo, transitivo, esses mesmos instantes não são considerados, mas sim o que os une. Assim, a sequência pode ser quebrada no tempo relativo (correlações de instantes), se os pontos de vista não forem harmônicos. Isto gera uma mudança, característica da descontinuidade, que evidencia a existência de instantes separados, qualidade do instante vertical.
O instante vertical pertence ao tempo quântico, qualitativo, centrado na mudança de qualidade. Cada instante desse tempo quântico é feito dentro de um contexto, que, ao ser observado destacadamente, apresenta uma qualidade diferente.
MACHADO, Neuza. Do Pensamento Contínuo à Transcendência Formal. Rio de Janeiro: NMachado / ISBN: 85-904306-1-8
O entendimento teórico-mental do tempo relativo (um estágio acima do tempo absoluto) está baseado no estudo do movimento, enquanto característica da continuidade das sequências dos instantes temporais. A qualidade no tempo relativo é mutável, de acordo com os pontos de referência, por isto, ela é plural. Esses pontos de referência correlacionam-se, conservam ordens objetivas de transcurso. Por estas razões, os pontos de referência do tempo relativo têm continuidade, porque, mesmo sendo constituídos de instantes destacados, que não guardam durações absolutas, como no tempo contínuo, transitivo, esses mesmos instantes não são considerados, mas sim o que os une. Assim, a sequência pode ser quebrada no tempo relativo (correlações de instantes), se os pontos de vista não forem harmônicos. Isto gera uma mudança, característica da descontinuidade, que evidencia a existência de instantes separados, qualidade do instante vertical.
O instante vertical pertence ao tempo quântico, qualitativo, centrado na mudança de qualidade. Cada instante desse tempo quântico é feito dentro de um contexto, que, ao ser observado destacadamente, apresenta uma qualidade diferente.
MACHADO, Neuza. Do Pensamento Contínuo à Transcendência Formal. Rio de Janeiro: NMachado / ISBN: 85-904306-1-8
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