1 - O SONHO DO ARTISTA FICCIONAL: ELO DE LIGAÇÃO COM O COGITO(4)
NEUZA MACHADO
O sonho do personagem Nhô Augusto (A Hora e Vez de Augusto Matraga) é a passagem do tempo horizontal para o tempo vertical, ambos reais, mas esta passagem, em verdade, está ligada ao produtor de ficção-arte, enquanto personalidade ativa do mundo vital. Sob o predomínio do ficcional e servindo-se do sonho do personagem, o Artista, direcionando o narrador, quebra o eixo temporal, linear, que o mantinha preso à História, encaminhando-se verticalmente em direção ao Desconhecido. O sonho do personagem Nhô Augusto, por exemplo, traduz-se como libertação, porque quem comanda as mudanças narrativas, dentro do espaço da criação, é o plenipotenciário do ato de narrar. O sonho significa a liberdade criativa do escritor de narrativa em prosa, no âmbito restrito da Arte Literária. Nesse estado de espírito, recontando o sonho do personagem Nhô Augusto, mas valendo-se da fala do narrador, o dono do ato de narrar ficcional alcança o tempo instantâneo, lacunar, criando um espaço além da realidade histórica. O sonho prolonga seu instante de raciocínio, induzindo-o a uma sensação de parada no tempo e favorecendo a entrada do narrador no plano da criação, plano que, no caso, é seu território particular. Com a quebra do ritmo normal da narrativa, o próprio ficcionista (não o narrador) passou a desenvolver uma atividade nova, reformalizando pensamentos, reflexões, meditações, enfim, repensando verticalmente.
MACHADO, Neuza. Do Pensamento Contínuo à Transcendência Formal. Rio de Janeiro: NMachado / ISBN: 85-904306-1-8
NEUZA MACHADO
O sonho do personagem Nhô Augusto (A Hora e Vez de Augusto Matraga) é a passagem do tempo horizontal para o tempo vertical, ambos reais, mas esta passagem, em verdade, está ligada ao produtor de ficção-arte, enquanto personalidade ativa do mundo vital. Sob o predomínio do ficcional e servindo-se do sonho do personagem, o Artista, direcionando o narrador, quebra o eixo temporal, linear, que o mantinha preso à História, encaminhando-se verticalmente em direção ao Desconhecido. O sonho do personagem Nhô Augusto, por exemplo, traduz-se como libertação, porque quem comanda as mudanças narrativas, dentro do espaço da criação, é o plenipotenciário do ato de narrar. O sonho significa a liberdade criativa do escritor de narrativa em prosa, no âmbito restrito da Arte Literária. Nesse estado de espírito, recontando o sonho do personagem Nhô Augusto, mas valendo-se da fala do narrador, o dono do ato de narrar ficcional alcança o tempo instantâneo, lacunar, criando um espaço além da realidade histórica. O sonho prolonga seu instante de raciocínio, induzindo-o a uma sensação de parada no tempo e favorecendo a entrada do narrador no plano da criação, plano que, no caso, é seu território particular. Com a quebra do ritmo normal da narrativa, o próprio ficcionista (não o narrador) passou a desenvolver uma atividade nova, reformalizando pensamentos, reflexões, meditações, enfim, repensando verticalmente.
MACHADO, Neuza. Do Pensamento Contínuo à Transcendência Formal. Rio de Janeiro: NMachado / ISBN: 85-904306-1-8
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