4 – O SONHO DO ARTISTA FICCIONAL: ELO DE LIGAÇÃO COM O COGITO(4)
NEUZA MACHADO
No início, repetindo o que já foi dito, Nhô Augusto destacou-se por sua personalidade substancial, e o narrador experiente, à moda tradicional, reproduziu uma "realidade embaraçada pelo peso das paixões e dos instintos, entregue ao impulso do tempo transitivo” (Bachelard).
Posteriormente, o narrador, ainda experiente, ainda tradicional, mas propenso a uma mudança temporal, foi levado, intencionalmente ou não, a quebrar o tempo linear da história, fazendo o personagem se espiritualizar (sob o comando de dogmas religiosos), fazendo-o tomar consciência de uma nova forma de ser. Na verdade, quem se conscientiza de uma nova atividade formal, pensante, é o Artista do século XX, porque é ele que conduz o narrador, eleva-o ao expoente três, libera-o pelo pensamento complexo, concentra-o em si mesmo. Sob esta nova atitude pensante, o tempo vertical passa a predominar na narrativa, permitindo ao narrador (nesta última sequência, já modificado) descrever a realidade sertaneja de Minas Gerais, baseando-se nos pensamentos do Artista sobre o sertão mineiro. O narrador do século XX (agora alter ego do Artista, agora distanciado dos valores da experiência comunitária) pensa ele mesmo, ou seja, o sertão é ele, o sertão é o que ele pensa intuitivamente.
MACHADO, Neuza. Do Pensamento Contínuo à Transcendência Formal. Rio de Janeiro: NMachado / ISBN: 85-904306-1-8
Posteriormente, o narrador, ainda experiente, ainda tradicional, mas propenso a uma mudança temporal, foi levado, intencionalmente ou não, a quebrar o tempo linear da história, fazendo o personagem se espiritualizar (sob o comando de dogmas religiosos), fazendo-o tomar consciência de uma nova forma de ser. Na verdade, quem se conscientiza de uma nova atividade formal, pensante, é o Artista do século XX, porque é ele que conduz o narrador, eleva-o ao expoente três, libera-o pelo pensamento complexo, concentra-o em si mesmo. Sob esta nova atitude pensante, o tempo vertical passa a predominar na narrativa, permitindo ao narrador (nesta última sequência, já modificado) descrever a realidade sertaneja de Minas Gerais, baseando-se nos pensamentos do Artista sobre o sertão mineiro. O narrador do século XX (agora alter ego do Artista, agora distanciado dos valores da experiência comunitária) pensa ele mesmo, ou seja, o sertão é ele, o sertão é o que ele pensa intuitivamente.
MACHADO, Neuza. Do Pensamento Contínuo à Transcendência Formal. Rio de Janeiro: NMachado / ISBN: 85-904306-1-8
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