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quarta-feira, 24 de março de 2010

GUIMARÃES ROSA: A FACE CARISMÁTICO-RELIGIOSA DO PERSONAGEM - 8

GUIMARÃES ROSA: A FACE CARISMÁTICO-RELIGIOSA DO PERSONAGEM - 8

NEUZA MACHADO



As transformações de Nhô Augusto (A Hora e Vez de Augusto Matraga), pelo ponto de vista sociológico, são significantes dos vários estágios de vida estacionados no pequeno espaço do sertão, sobrepondo-se, imunes à ação do tempo; mas, pelo ponto de vista da filosofia bachelardiana, representam a passagem do cogito(1) para o cogito(2), quando o Artista e sua obra começam a desenvolver uma relação dialética com o sertão do passado.

Recuperando o poder de Nhô Augusto, dentro de outra categoria (a carismático-religiosa), o narrador age ainda segundo a filosofia do pleno de Henri Bergson, tão questionada por Gaston Bachelard. Assim, confirmando o que foi dito anteriormente, a narrativa A Hora e Vez de Augusto Matraga retoma, nos trechos iniciais, a linearidade própria das narrativas orais. Todas as narrativas lineares, simples, necessitam de mobilidade, de transcursividade, para se realizarem plenamente. O narrador, nas primeiras sequências, necessita de confirmações, de segurança, para realçar seu personagem. Por isto, o passado vela o presente na casa dos pretos. O passado de Nhô Augusto, com a avó, foi "profundo, rico e pleno” (Bachelard), e, graças a esse passado, o narrador tem como recuperar a face religiosa do personagem.

MACHADO, Neuza. Do Pensamento Contínuo à Transcendência Formal. Rio de Janeiro: NMachado / ISBN: 85-904306-1-8

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