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sábado, 18 de fevereiro de 2012
AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: AVENTURAS INCOMUNS SURGINDO DE REPENTE - 18.3
AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: AVENTURAS INCOMUNS SURGINDO DE REPENTE - 18.3
NEUZA MACHADO
Mas eis que, naquelle dia, Algumas Aventuras Incomuns Surgiram De Repente no Caminho Dourado da Diana Valente do Curto Cabelo Enrolado e de Vermelho Pintado.
Ela estava a andar Distraída, quando percebeu Incomodada um Barulho que se aproximava, proveniente do Norte da Estrada.
A Diana Valente vinha andando contente do Sul pro Poente, mas, assim que percebeu a Estranha Movimentação, ReDobrou a Atenção, e foi ao Encontro do Tal Barulhão.
O Barulho se Aproximava da Venerand’Atilada, e ela se tratou de esconder-se no Meio do Matto, Acuada, pois não sabia o que Aconteceria, se exposta ficasse à vista do Facto, Destrambelhada!!!, Naquelle Caminho da Mata Cerrada.
Amigo Querido!, não sei por que estou a rimar?, ao narrar As Aventuras do Bhima Extra-Terrestre Sem-Par?
Penso que tudo é influência do Sábio Milenar, nascido na Grécia Primeira e de troante falar, pois, de verdade!, verdade verdadeira!, a Estória do Bhima, escrita pelo Sábio, Amigo da Sábia Mineira, infelizmente, não li direitinho, não!!!, mas vou ler muito em breve!!!, pode acreditar!
Mas, não se acostume com este narrar ritmado e sem-fim, de rimas tão pobres!, coitada de mim!
À prosa sem rima pretendo voltar, mas, se por acaso houver recaída e meu ego teimar em versar e rimar, peço-lhe para, por favor!!!, perdoar!
Mas, voltando àquella Aventura do Bhima Extra-Terrestre Influente, ao Acompanhar de perto o Passeio da Discípula da Sábia MultiMilenar, e tentando explicar-lhe algo que, a bem da verdade!, não tem nenhuma explicação, o tal Barulhão, que estava a Aproximar-se da Veneranda Diana, quando de seu Passeio na Estrada da Beira do Rio Carangolão em questão, era na Verdade!, a Fantasmagórica Procissão de Antigos Escravos do Final do Século XIX Colonial, Algemados e Acorrentados, os Pés Atados e as Mãos Arrastando as Pesadas Correntes Pelo Chão, e Cantando os Tristes Lundus de Procedência Africana com Muito Sentimento e Emoção.
À frente da Procissão, os Arautos Angelicais do Bom Deus Onipotente, amado e adorado pelos Fiéis Cristãos, tocavam as Trombetas Celestiais Divinais, acompanhando o ritmo sofrido e dolente da Afinada Legião de Sofredores da Época da Escravidão.
Com a Tal Aparição, a Veneranda só teve o tempo de se esconder no chão, agachando-se atrás de uma moita de capim-limão.
Então, continuando o contado do Caso Assombrado, anteriormente assinalado, naquelle dia dedicado ao Archanjo São Raphael, os Anjos de Deus desceram do Céu e resolveram visitar a Veneranda Diana Viajante Sem-Igual, juntamente com os Finados Escravos de seu Passado Colonial, porque eles sabiam o quanto a Dita Diana gostava de Sustos, aquelles Sustos Poéticos escritos à moda de algum Menestrel.
E foi um Susto Tremendo que a pobre levou!
O Bhima, de perto!, a tudo assistia, e viu quando os Curtos Cabelos Revoltos Vermelhos Despenteados logo se eriçaram, e a palidez cadavérica, própria de quem se vê de repente diante de Cortejo Assombrado, tomou de rompante o seu rosto suado.
A Veneranda já estava, de antemão, suando bastante de tanto andar e a Cuca cansar, mas, naquelle momento, com o Encontro Inaudito, de Terrível Pavor!, redobrou a suar.
A Dita Diana gostava de Aventuras Sem-Fim, isto é lá a pura verdade!, mas, encontrar uma Legião de Magníficos Anjos Celestiais unidos aos pobres Escravos Mortais já falecidos, isto era de se admirar!
“Então, pensou o Bhima Bonzão!, por que será que o Supremo Supremo preparou esta Incrível Aparição de arrepiar para a Veneranda Diana de Bom Coração?”
De verdade!, por mais que olhasse atentamente a Angelical Legião, o Bhima não conseguia assimilá-los aos de sua Raça e Planeta-Nação.
Ele bem que já ouvira falar dos Anjos de Deus, mas só os conhecia por intermédio de fotos e ícones, aquellas estampas e imagens vistas na residência do Antônio Aquileu.
Os Extra-Terrestres Sentinelas do Espaço Sideral, espalhados pelas inúmeras Galáxias do Universo Sem-Fim, todos obedientes ao comando do Supremo Senhor de Altíssimo Valor, não se pareciam, nem um pouco!, com aquellas Alvas Figuras de Cabelos Loiríssimos, Olhos Azuis e Asas Enormes, tão Brancas!, tão Europeias!
“Mas, o que está a acontecer!”, pensou novamente o Bhima, “sempre considerei-me um Anjo na Terra dos Homens? Por que, então, não me reconheço quomodo um desses? Não tenho asas, não toco trombeta e não faço parte de nenhuma Legião! O que sou, então? Apenas um Solitário Sentinela Observador e Escrivinhador sem nenhum direito de acção, para protecger o meu Povo do Coração?”
O Bhima, coitado!, estava meio enciumado e, ao mesmo tempo, um pouco intrigado. Queria porque queria descobrir o motivo da tal aparição.
A Veneranda, mesmo amedrontada, lááá de seu esconderijo!, ficou a esperar o Cortejo passar.
À Frente, para Abrilhantar o seu Dia, vinha o Archanjo São Raphael, muito compenetrado de sua Função de Guia dos Viajantes do Céu Cor de Mel.
Além de Guia dos Cristãos Viajantes, o Raphael era também o Guia dos Médicos Ambulantes, Aquelles Verdadeiros Valentes que saíam de seus Confortáveis Lares, só para Curar as Feridas dos Pobres Doentes, Carentes, sem um centavo sequer pra pagar as consultas e os necessários remédios praláde urgentes.
Em Segundo Lugar, vinha o Archanjo São Gabriel, Mensageiro do Céu.
Em Terceiro Lugar, mas em uma Posição Espectacular, um pouco mais Elevado que os Outros, vinha o Archanjo São Miguel, Aquelle Archanjo Guerreiro Vencedor dos Antigos e Assombrosos Dragões, os quais queriam vencer os Guerreiros do Deus de Antigos Serões.
Ainda bem que o Miguel tão Valente e Fiel, naquella época tão mítica!, estava à Frente dos Anjos-Soldados de Deus Glorificado!
Logo após aos Três Archanjos Celestiais, uma Revoada de Anjos, Serafins e Querubins Eternais rodeavam, Agitados e Barulhentos, o Estranho Cortejo dos Escravos-Fantasmas de um Passado Cruento do Brasil Ex-Sargento, os Quais, Dolentes e Morosos, Cantavam e Cantavam e Cantavam, Arrastando Sofridos as Grossas Correntes ao Relento.
É bem verdade que, em princípio, a Veneranda assustou-se, mas, depois, começou a observar com atenção, evidentemente escondida!, a Incrível Aparição.
Assim, a Velhíssima raciocinou, e o Bhima, que estava ali perto, o raciocínio dela acompanhou.
“Já sei!”, pensou a Diana!, “os Anjos de Deus estão levando os Espíritos dos Sofredores incréus deste Lugar Divinal para o Banquete Celestial!
Mas, por que, então, os Anjos de Deus, Glorificados, não arrebentaram as Correntes que prendem os Pés e as Mãos dos Falecidos Escravos, Martirizados, Chicoteados, Torturados e Assassinados por Feitores Ferozes Malvados, a mando de Sanguinários Senhores-de-Terras que se diziam Cristãos e por Deus Estimados?”
Logo que a Diana o Tal Pensamento Comum Insensato Formulou, uma Voz Poderosa, Espectaculosa e por demais Sonorosa retrucou, fazendo a Nobre Velhinha se Sacudir de Tanto Pavor:
“Hoje é o dia dedicado a mim, Archanjo Raphael!, e também dedicado aos Anjos do Céu, conhecidos quomodo Gênios da Humanidade Sem-Rumo e Sem Véu. E eu vi Você, óh! Diana!, andando alheada nesta parte da Estrada.
Eu sou o Archanjo que protege os Viajantes Andantes, e Você que é uma Andarilha Contumaz e Valente e Otomante De Mente não sabe que estou sempre ao seu lado, protegendo-a nos Tombos que costuma levar, nessas suas Aventuras de Arrepiar.
Sou eu que a seguro, quando você tropeça nas Pedras de seu Caminho Inseguro, ou quando a Inveja dos Outros a Joga no Chão Muito Duro.
Protejo-a tanto, e tanto!, que o seu Filhão, Aleph Deiforme de Bom Coração, Conforme Com Deus e Um Bom Cristão, há Trinta e Sete Annos, nesta mesma data de hoje 24 de Outubro de 2003, nasceu, para Gáudio de Deus!, e lá no Rio de Janeiro espera um telefonemaseu.
Assim, não deixe de telefonar para o seu Filhão, que está esperando o seu Parabéns com ansiada emoção!
O Cortejo de Escravos é só para lembrar-lhe que a Saudável Mistura de Sangues Vermelhos, de negros e brancos, existe em Você, e uma Vela Sagrada Você deverá acender, não para os Escravos Torturados e Assassinados com requintes malvados, pois esses já fazem parte do Reino de Deus, mas a Vela Bendita é para Aquelle seu Antepassado Mestiço e Malvado, que aos seus Próprios Consanguíneos, sem piedade!, mandava Açoitar.
Na verdade, óh! Diana Valente Viajante Com Rumo!, os Escravos Mortos, há muuuuuuito!, já se livraram dos Grilhões que os prendiam na Terra dos Homens Sem-Rumo.
Esta Cena Tristonha é uma Visão, para ser registrada em seu Coração.
Nunca se esqueça de seu Sangue Mestiço, doado por sua Trisavó, a Mulata Antoninha Filha do Ciço, Casada no Papel e na Religião com o Grande Fazendeiro Português João Pereira Barba de Argolão.
E não se esqueça que o seu Bisavô, o Joaquim Pereirão, filho do Argolão, o seu Bisavô Fazendeiro Mestiço e Malvado, ainda Hoje na Porta do Céu implora para ser perdoado.
Só você, óh! Diana!, De Mente Tão Sana possui nas Mãos o Poder do Perdão!
Vá, então, à Igreja do Divino Espírito Santo do Antigo Sertão e Acenda uma Vela per a Alma de seu Bisavô Joaquinzão!”
A Veneranda, admirada!, ouviu as Palavras do Archanjo dos Anjos Celestiais, e correu, Assustada!, a direção à Igreja do Alto Divinal, Igreja Exemplar, para a Vela Acender e Encantar, e, com isto, a Alma Trevosa do Bisavô Joaquinzão, enfim, Descansar!
O Bhima, que estava ali por perto, acompanhando todo o desenrolar da Insólita Conversa, passou a compreender tudinho direitinho.
Ele também era um Anjo, e merecia Folgar no Tal Feriado Angelical, só que ele era um Anjo Diferente, com Funções Diferentes, Oriundo de Planeta e Galáxia desconhecidos dos Indômitos Crentes.
Aí, ele compreendeu tudo, tudinho!
“O Supremo Senhor é mesmo para se admirar!”, pensou o Bhima!, “sabe direitinho quomodo as Diversas Religiões agradar!”
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