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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: O PERCEPTIVO PASSAGEIRO-ALVISSAREIRO - 12.3


AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: O PERCEPTIVO PASSAGEIRO-ALVISSAREIRO - 12.3

NEUZA MACHADO

Entretanto, depois de algum tempo,
o Extra-Terrestre Bhima percebeu
que a Senhora Brasileira-Americana
se dirigiu meio trêmula
até ao toalete do Ônibus,
demonstrando claramente
o seu mal-estar estomacal.

Ele se assustou quando percebeu
que a senhora estava demorando
a retornar ao seu assento,
e mais preocupado ainda,
quando a viu, muito pálida!,
sendo amparada pelo passageiro da poltrona 36,
em seu caminho de volta
à sua poltrona 16.

Lá de seu assento do fundo do Ônibus,
só sossegou seu precioso coraçãozinho
de Extra-Terrestre Bonzinho,
quando percebeu a Ditosa Senhora
Brasileira-Americana
um pouco mais descansada
e reconfortada,
e, quando viu, também,
a Discípula da Sábia
semi-adormecida,
recostada em outra poltrona
de número 21,
imersa em seus Sonhos
Poderosamente MultiColoridos.

Assim, nesses entretantos,
a Viagem Divinal continuou
até a parada de quinze minutos
em uma Cidade Intermediária situada
entre Montes e Colinas,
a linda Cidade da Princesa Leopoldina.

Ali, na Estação Rodoviária da Princesa,
as duas retomaram a conversa
sobre suas origens mineiras,
trocaram endereços e telefones,
e se convenceram de que, realmente,
em seus respectivos sangues
corria uma dose do mesmíssimo
Valeroso e Honrado Sangue Português
do Memorável Juca Martins,
pai daquelle Velhíssimo Emilianno de Brises,
aquelle da Velhíssima Árvore da Mortalha.

Quando o Ônibus chegou em Muriaé
de Minas Gerais,
a Cidade do destino da Senhora
Brasileira-Americana,
as duas Martins se despediram
(uma vez que a Discípula
iria continuar viagem até ao Monte
do Divino Espírito Santo
dos Valerosos Mineirins).

O Bhima, por sua vez, constatou,
replecto de Imensurável Felicidade,
que as duas haviam selado,
ali, entre Aquellas Altíssimas Montanhas
das Minas Gerais,
um Pacto de Amizade Indestrutível.
Ele bem sabia que as Leis de Sangue
entre os Humanos Mineiros
eram Leis Praláde Sagradas.

Acomodado em sua Poltrona Viajante,
O Bhima louvou ao Senhor Supremo,
admirando as suas justas atitudes.

Sim!, o Senhor Supremo
era sempre muito justo.
Até mesmo Laços Sanguíneos
desatados há muitos e muitos e muitos annos,
o Grandíssimo Senhor
se encarregava de reaproximar,
annos e annos e annos depois,
indiferente às exigências do Tempo.

E eis que chegando
ao destino desejado,
a sua Terrinha Divinal das Minas Gerais,
o Solitariozinho lançou
um olhar de despedida
em direção à Discípula
da Sábia Väjira Diamante
dos Curtos e Encaracolados
e Revoltos Cabelos Anelados
e Abundantes,
e foi descansar
em um Hotelzinho aconchegante
e quietinho
da Divino Cidade Muito Amada,
uma vez que a sua Vimana
Maravilhosa Voadora
estava guardada, à espera dele,
em uma Nuvenzinha Meio Escurecida
Pela Poluição Citadina,
lá para as Bandas da Floresta Tijucana
Bacana e Encantada,
na Hiper Megalópole
do Rio de Janeiro Maneiro,
a mais Bella Cidade
da Globalizada Terra Azulada.

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