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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: TERMINAL RODOVIÁRIO NOVO RIO - 15.1


AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: TERMINAL RODOVIÁRIO NOVO RIO - 15.1

NEUZA MACHADO

Naquelle dia,
segundo a Sábia Väjira,
o Bhima Voador,
quomodo era de seu costume
no Início do Terceiro Milênio,
resolveu disfarçar-se
de Aragem Matutina
e foi observar,
quomodo sempre fazia,
a movimentação de Viajantes
que abarrotavam
o Terminal Rodoviário Novo Rio,
na Cidade
do Rio de Janeiro Milongueiro,
ex-Capital do Brasil Varonil,
que de “novo”, coitado!,
naquelle anno de 2003,
não tinha mais nada.

O Terminal,
Naquelle Anno da Graça
de Dois Mil e Três
do Terceiro Milênio,
já estava caindo aos pedaços
e envergonhando os Cariocjônios
(descendentes dos Lendários Jônios
da Antiga Grécia),
Habitantes da Mais Linda
Cidade do Mundo.

Acontece que o dito Terminal Rodoviário
do Rio de Janeiro
fora edificado no Anterior Século XX,
Último Século do Segundo Milênio,
e já contava um bom par de Annos sem que,
ao longo de sua existência,
até àquella data,naturalmente,
os Governantes do Estado Federativo
e os Prefeitos da Cidade Maravilhosa,
se interessassem em mantê-lo digno,
melhor dizendo,
em perfeitas condições de uso,
para que o Pobre tivesse o prazer
de envelhecer com dignidade.
Só que tal não acontecera,
naquelles Annos todos.

O Bhima Viajante, em sua condição
de Extra-Terrestre Participante,
um privilegiado ser de outro Planeta,
um ser Intergalático,
recebendo a protecção permanente
de seu Supremo Senhor,
acompanhara a evolução daquella Cidade,
desde que fora fundada pelos portugueses
no Século XVI,
principalmente,
acompanhara a sua Era de Grandeza
até meados do Século XX,
e, agora, comovia-se com o seu declínio.

E, para piorar mais a sua angústia,
o mau-cheiro, que se percebia por toda a Cidade,
naquelle anno de 2003,
era um sofrimento sem-fim
para o seu coraçãozinho
de Extra-Terrestre Bonzinho.

”Mas, a Cidade, pensava ele!,
era ainda muito Bella,
apesar do maltrato
e do descaso de seus Governantes.

E eis que, Naquelle Dia de Agosto de 2003,
uma Terça-Feira Alvissareira
em que a Lua de Sagitário
resolvera beijar o enigmático
Plutão Bonitão,
com muita euforia e paixão
(mas também, muito infiel!,
resolvera apreciar, com carinho,
o Bello Netuno dos Mares do Sul,
temporariamente alocado
na Maison de Aquárius),
então, repito, Naquelle Dia Especialíssimo de 2003,
ele percebeu, com muita dor
em sua alma agitada,
quomodo a Cidade do Rio de Janeiro
estava decadente! Coitada!!!!!

Enquanto pensava no Declínio
da Cidade Maravilhosa,
naquelle Anno da Graça de 2003,
segundo o ReConto
da Sábia Väjira Diamante
dos Curtos e Anelados
e Embranquecidos
e Revoltos Cabelos Brilhantes,
o Solitariozinho aproveitava
para apreciar,
com seus Grandes Olhos
de Extra-Terrestre Vigilante,
a Movimentação que se verificava
no Tal Terminal Rodoviário.

Era bem verdade que,
Naquelle Agosto de 2003,
algumas Empresas de Ônibus,
ou os Mantenedores do Lugar,
estavam a fazer uns remendos
em esparsas partes do mesmo,
quomodo, por exemplo,
ladrilhar um Canto do Grande Corredor,
para fazer do local um Espaço Vip,
mas o Pobrezinho
estava mesmo precisando,
com urgência!,
era de uma Grandiosa Reforma
(mesmo que a metade do dinheiro
de impostos arrecadados,
para a execução da Obra Faraônica,
naquelle Anno Com-Par,
fosse parar nos Bancos da Suíça).

Não!, absolutamente não!
O Terminal Rodoviário,
carinhosamente chamado pelos cariocjônios
de Rodoviária Novo Rio
(uma denominação feminina),
não estava a merecer a atenção
dos governantes itinerantes
da Cidade Bacante!

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