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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: OS DEDOS DO DESTINO GREGO - 17.1
AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: OS DEDOS DO DESTINO GREGO - 17.1
NEUZA MACHADO
Naquelle dia, o Bhima Sentinela acionou o botão da Tela Mágica do Passado, só para relembrar alguns factos acontecidos com o Antônio Aquileu e a Jane Briseides, enquanto ambos existiram nesta Terra Azulinda.
Mas, para que Você não perca o fio desta Meada Enrolada, digo-lhe que, este desejo do Bhima de relembrar os Amigos, só aconteceu porque, no dia anterior, ele havia estacionado a sua Vimana Maravilhosa Voadora no Topo Mais Alto da Cidade do Divino Espírito Santo da Zona da Mata Mineira, e, lá do Alto, de seu Mirante Maravilhoso, ele viu quando a Diana Caçadora, aquella Veneranda Discípula da Sábia Väjira, encaminhou-se a direção ao Ponto do Ônibus, para ir ao Banco de Dinheiro do Brasil Varonil, pois pretendia saldar algumas continhas que a incomodavam.
As tais contas eram todas da TELEMAR (a Companhia Telefônica Actual do País Varonil, neste Anno de 2003), porque a Venerável, apesar de estar com os bolsos meio vazios, tinha três linhas de telefones – duas no Rio de Janeiro e uma no Divino Altaneiro – e todos os meses era aquella obrigação: pagar as tais contas, para que o seu Nome não ficasse sujo na Praça do País Brasileirão.
Assim, prestando bastante atenção às ocorrências do dia exemplar, o Bhima viu quando a Veneranda Diana atravessou a Rua e foi postar-se no ponto divinal à espera do tal Ônibus Circular.
Na verdade, o trajecto até à Praça Central era pequeno, mas, quomodo já lhe relatei páginas atrás, a Cidade do Divino de Minas Gerais é, realmente, quase toda formada por Ruas Íngremes; é cada Ladeira de arrebentar o Coração de qualquer Mortal Sentimental.
Assim explicado, Você agora vai entender o porquê de a Veneranda ter ficado ali à espera do Ônibus de Santa Luzia do Carangola, por quarenta e cinco minutos.
Ela, coitada!, não estava mais acostumada a subir Ladeiras, e, convenhamos!, já não tinha mais Idade para essas façanhas, de ficar subindo e descendo Ruas Praláde Ingremes.
Mas, Naquelle Dia Diferente, Os Dedos do Destino Grego Estavam Ocupados em Tecer Alguns EntreTantos Interessantes.
O facto verdadeiro foi que a Veneranda Diana Caçadora, não se sabe o porquê, Naquelle Dia, saiu de seu refúgio na Cidade Divinal e foi, naquelle exacto momento, esperar o Ônibus Circular da Linda Cidade Senhorial.
O Bhima, que já estava acostumando a apreciar as reviravoltas diárias que aconteciam com ela, com a Veneranda Dianna, lá do Alto de sua Vimana, resolveu prestar uma atenção redobrada aos movimentos da dita Senhora, porque, segundo suas próprias deduções de Extra-Terrestre Vigilante, com certeza, logo depois, Estranhos Acontecimentos Poderiam Ser Registrados.
Então, o Extra-Terrestre Bonzão preparou seu Caderninho de Anotações que estava sempre à Mão, ajustou os botões de seu Binóculo Mágico das Grandes Ocasiões, preocupou-se em desenhar, em uma Maquininha Especial, cada Momento Vivido pela Veneranda Naquelle Dia Especialíssimo, depois saiu de sua Casa-Vimana deapé até ao tal Ponto de Ônibus, e ficou ali à espreita de alguns Momentos Irrepetíveis, os quais seriam vividos pela Honorável.
Aí, começaram a ocorrer Factos Imprevistos.
A Veneranda, uma mulher muito falante e despachada, logo que se postou no tal Ponto do Ônibus Circular, entabulou uma conversinha sem pé nem cabeça com uma Velha Senhora de lenço nos cabelos, que estava ali também à espera do mesmo Ônibus.
Conversinha vai, conversinha vem, a Veneranda percebeu que a dita Senhora não possuía os mesmos trejeitos e falares das pessoas natas do lugar.
Então, a Veneranda perguntou à Velha Senhora se ela era natural da Cidade do Divino Espírito Santo.
A Velha Senhora respondeu-lhe que, na verdade, ela era natural daquela Cidade, mas por supuesto passara a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro.
Então, o Bhima ouviu, porque estava prestando muita atenção!, a Diana Caçadora perguntar-lhe de que lugar ela era?, se era ali dos arredores?, ou não?
A outra respondeu-lhe com muita animação: “Nasci logo ali, mas passei a infância e mocidade no Alto da Conceição.”
E a Diana retrucou-lhe: “Não é possível tanta coincidência! Não!!! Saiba que os meus pais, antes do meu nascimento, quando eram ainda recém-casados, moraram no Alto da Conceição, aquelle Lugar Encantado e de Pura Tradição. E, sem querer ofender a Senhora, de jeito nenhum!, diga-me o seu nome e idade, por favor!”
A outra então respondeu-lhe: “Meu nome é Alice e já conto Oitenta e Três Annos. Nasci no Anno de 1920.”
“Oh!, não!, não é possível! (exclamou a Veneranda), então, a senhora conheceu o meu Papai Antônio Aquileu e a minha Mamãe Jane Briseides Martins D’Amorim. Eu sou filha do Antoinzim Aquileu, tocador de violão nas Antigas Festas do Alto da Conceição, e da Jane Briseides de Bom Coração. Sou Neta do Velhíssimo Emilianno de Brises e de Justiniaña de Ogiges da Alvorada da Consolação, o Casal Centenário da Vila do Norte de São João.”
A outra respondeu-lhe: “Oh! o Destino Pagão! Você é filha do meu Compadre Antoinzim e da Comadre Joaninha do Alto da Conceição, oh!, não é possível, não! E eles ainda estão vivos?, estão?”
“Infelizmente, não!”
E a conversa girou sobre a Família da Diana e os trompaços da vida que a Alice levou no passado e, ainda, levava no presente.
Até àquella data, a pobre mulher viera levando da vida somente pauladas. A última vez que ela vira o Compadre Antoinzim e a Jane Briseides, a Diana Caçadora era apenas uma Menininha de Colo.
Então, preste atenção: o que é o Destino Pagão?!!! A Alice saíra do Espelho da Juventude, daquelle Passado Distante, para se encontrar Annos Depois com a Filha do Antoinzim Aquileu e de Jane Briseides Mamãe de Recontos Brilhantes.
O Bhima estava estarrecido. O Destino Pagão dos Gregos de Então pregava mais uma peça nos devotados cristãos daquelles Meados do Terceiro Anno do Terceiro Milênio em Ação.
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