ESPLENDOR E DECADÊNCIA DO IMPÉRIO AMAZÔNICO - SOBRE O AMANTE DAS AMAZONAS DE ROGEL SAMUEL - 6
NEUZA MACHADO
As exigências narrativas da Era Moderna (narrativas em prosa) acompanhavam, de certa maneira, os fenômenos estilísticos da narrativa épica ― epopéias antigas e medievais, anteriormente escritas em versos ―, os quais (os fenômenos estilísticos), dali para frente, passariam a ser reavaliados pelo olhar inteligente e a mão recriadora dos reformados humanistas da Era Moderna, transmutados e problematizados ad infinitum. Não obstante, seriam os modernos prosadores os arautos das normas tradicionais inseridas em suas narrativas (a partir dali, em prosa ficcional), exemplos de vida comunitária, apesar das inegáveis mudanças históricas ocorridas naquele momento. Tais personagens ― com suas vidas desajustadas, graças ao“novo” momento da humanidade (Era Moderna já em andamento) ― em busca de valores que os tornassem heróicos, à moda heróica da antiguidade e do medievo, mas, historicamente, impossível de ser readquirida (uma busca de ajuste em um novo mundo que já estava a promover o desequilíbrio social).
Mesmo com o “recente” vigorando, aqueles “novos” narradores modernos continuavam irremediavelmente buscando a “perfeição” das antigas normas guerreiras e míticas do passado. A grande vantagem, ou seja, o sucesso desse gênero narrativo, enquanto gênero diferenciado, deveu-se às exigências sociais da História da Civilização Ocidental, as quais (naquele momento crucial de uma nova Era) impediam a retomada de “heróis à moda antiga”, reconhecidamente comunitários, em uma sociedade na qual, a partir dali, imperariam apenas as leis individualistas de um mundo já repleto de impurezas (o personagem antigo e o seu mundo circundante eram naturalmente puros). Por conseqüência, instalavam-se as prerrogativas das narrativas ficcionais em prosa, reprodutoras de realidades possíveis (camadas superpostas), e, ao mesmo tempo, e contraditoriamente, apresentando narradores-principiantes de uma novíssima modalidade genérica, o Gênero Narrativo Ficcional (prosa ficcional), registrado graficamente, no início do século XVII, por Miguel de Cervantes (1602), gênero este reconhecido pelos exigentes teórico-críticos pós-modernos, submetidos atualmente à Ciência da Literatura, como Fenômeno da Era Moderna.
NEUZA MACHADO
As exigências narrativas da Era Moderna (narrativas em prosa) acompanhavam, de certa maneira, os fenômenos estilísticos da narrativa épica ― epopéias antigas e medievais, anteriormente escritas em versos ―, os quais (os fenômenos estilísticos), dali para frente, passariam a ser reavaliados pelo olhar inteligente e a mão recriadora dos reformados humanistas da Era Moderna, transmutados e problematizados ad infinitum. Não obstante, seriam os modernos prosadores os arautos das normas tradicionais inseridas em suas narrativas (a partir dali, em prosa ficcional), exemplos de vida comunitária, apesar das inegáveis mudanças históricas ocorridas naquele momento. Tais personagens ― com suas vidas desajustadas, graças ao“novo” momento da humanidade (Era Moderna já em andamento) ― em busca de valores que os tornassem heróicos, à moda heróica da antiguidade e do medievo, mas, historicamente, impossível de ser readquirida (uma busca de ajuste em um novo mundo que já estava a promover o desequilíbrio social).
Mesmo com o “recente” vigorando, aqueles “novos” narradores modernos continuavam irremediavelmente buscando a “perfeição” das antigas normas guerreiras e míticas do passado. A grande vantagem, ou seja, o sucesso desse gênero narrativo, enquanto gênero diferenciado, deveu-se às exigências sociais da História da Civilização Ocidental, as quais (naquele momento crucial de uma nova Era) impediam a retomada de “heróis à moda antiga”, reconhecidamente comunitários, em uma sociedade na qual, a partir dali, imperariam apenas as leis individualistas de um mundo já repleto de impurezas (o personagem antigo e o seu mundo circundante eram naturalmente puros). Por conseqüência, instalavam-se as prerrogativas das narrativas ficcionais em prosa, reprodutoras de realidades possíveis (camadas superpostas), e, ao mesmo tempo, e contraditoriamente, apresentando narradores-principiantes de uma novíssima modalidade genérica, o Gênero Narrativo Ficcional (prosa ficcional), registrado graficamente, no início do século XVII, por Miguel de Cervantes (1602), gênero este reconhecido pelos exigentes teórico-críticos pós-modernos, submetidos atualmente à Ciência da Literatura, como Fenômeno da Era Moderna.
sabedoria, cultura, bom estilo, seu texto revela. excelente postagem, doutora Neuza Machado
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