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domingo, 29 de janeiro de 2012

AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: AMIZADES PASSAGEIRAS NA RODOVIÁRIA DIVINENSE - 11.3


AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: AMIZADES PASSAGEIRAS NA RODOVIÁRIA DIVINENSE - 11.3

NEUZA MACHADO

Na Rodovária do Divino,
as pessoas de diversas localidades
se aglomeravam.
Ali era o Ponto de Encontro
de todos os conhecidos
e desconhecidos também.

Diante deles, digo,
diante do Bhima Invisível
e também da Veneranda Diana,
as pessoas conversavam curiosas,
observando a Veneranda que escrevia,
enquanto esperavam os diversos ônibus,
para as diversas localidades ao redor
(Santa Margarida, Leopoldina, Fervedouro,
Muriaé, Carangola, Santo Antônio do Arrozal,
Luísburgo, São João do Manhuaçu, Orizânia, etc.),
e demonstravam uma certa agitação,
avaliando a dita veirota que escrevia
sentada no banco da Rodoviária,
algo muito natural por aquellas bandas,
quando alguma coisa,
oposta aos costumes do lugar,
os incomodava.

Realmente, a Veneranda não possuía,
nem um pouquinho!,
o jeito de ser dos Habitantes da Região.
Notava-se, de longe!, que
ela já possuía outros costumes de vida,
por seu espírito animado,
sua forma vívida de se portar em público,
sua espontânea naturalidade,
por ser uma senhora
muito dinâmica e prafrentex,
diferente das mulheres dali,
secularmente submetidas
aos dogmas patriarcais.

Sim!, a Veneranda era diferente,
mas, percebia-se que
estava integrada àquella
Cidade do Interior Mineiro,
pois parecia muito à vontade,
sentada naquelle banco da Rodoviária,
como se fosse parte inerente daquelle lugar.
E, realmente, era!,
o Bhima bem o sabia.

Assim, não foi com surpresa espantosa
que ele viu a Veneranda conversando
com uma jovem senhora da região,
sentada ao seu lado,
tendo ao colo um bonito bebê,
enquanto a filhinha de oito annos
(da jovem, bem entendido),
se entretinha com o seu caderno e lápis de cor,
desenhando ininteligíveis figuras,
as quais nem mesmo a Veneranda
tinha o poder de decifrar.

Então, a Veneranda comprou
um picolé de vinte e cinco centavos
para a menininha.

Então, as três continuaram
conversando animadamente,
já que a Velhíssima abandonara
temporariamente
o seu caderno de anotações
e a sua mágica caneta esferográfica
comprada no Deslumbrante
Bazar das Minas Gerais.

Então, o ônibus da jovem senhora
com seu filhinho e filhinha chegou.

Então, a jovem senhora se despediu

da Veneranda Discípula
da Sábia do Sábio
e viajou para longe,
e nunca mais as duas iriam
se reencontrar no Futuro Distante Sem-Muro.

Então, a Veneranda retomou a sua mágica escrita,
e as pessoas do lugar
continuaram a observá-la de longe.

E, quanto ao Bhima,
ele esperou o ônibus do Rio de Janeiro chegar,
apreciou a Veneranda
Discípula da Sábia se acomodar,
deu-lhe um discreto adeusinho,
o qual ela nem percebeu, coitadinha!,
viu o ônibus se movimentar
em direção à BR-116
do Esburacado Trajecto Rodoviário de 2003,
não muito exemplar,
pediu ao Senhor Supremo
que levasse a amiga sã e salva
até ao Rio de Janeiro das Batalhas Diárias,
e, por último, retornou à sua cômoda
e aconchegante caminha limpinha e flutuante,
bem quentinha,
no Interior de Sua Maravilhosa Vimana
Voadora e Esplendorosa Muito Bonitinha.

O Bhima Interplanetário foi descansar,
porque fazia um frrrrrriiiiiio tremendo!,
de tiriiiiiitar sem parar,
sem sair do lugar.

No dia seguinte, já descansado,
ele iria se preparar para viver,
à moda dos Terráqueos Sem-Rumo,
Novas Aventuras de Arrepiar
na Terra dos Homens Massificados
do Início do Terceiro Milênio Praláde Agitado.

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