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terça-feira, 10 de janeiro de 2012
AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: CONTINUAÇÃO DAS LEMBRANÇAS DO PASSADO MITIFICADO - 5.2
AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: CONTINUAÇÃO DAS LEMBRANÇAS DO PASSADO MITIFICADO - 5.2
NEUZA MACHADO
Se o Solitariozinho Quisesse Assistir às Ocorrências Históricas do Momento, em Alguma Tela de Visão Panorâmica, à moda de Uns Poucos Ricos Terráqueos Sortudos do Início do Terceiro Milênio, teria só de se disfarçar de Ser Humano Ricaço, entrar em uma Grande Loja de Aparelhos Televisivos, e comprar uma grande televisão colorida caríssima, uma maquininha inventada no Século anterior, e que era o entretenimento preferido dos poucos Humanos muito muito ricos e de alguns dos muitos muito pobres Humanos também que compravam a tal televisão com muuuito sacrifício. Com isto, assistiria aos programas televisivos por certo sensacionalistas e, infelizmente, partidários políticos, os quais noticiavam a tal Guerra Cruenta em Primeira Mão, e não sofreria tanto por ver, de corpo presente, milhares de crianças e adultos sendo exterminados por armas de grande potência destrutiva.
Já estava preste a pedir ao Supremo Supremo Senhor que atualizasse a sua Magnífica Tela Mágica do Futuro, recebida há milhões e milhões e milhões de annos-luz atrás.
Ele não queria acreditar, mas as Invenções Humanas estavam quase ultrapassando os modelos criados pelo Supremo. “Seria possível que ele estivesse a permitir tal progresso científico aos Humanos, ou estariam os Humanos a se apoderar dos inventos do Magnificente?”, indagou-se, preocupado.
Mas, de qualquer maneira, muito em breve!, muito em breve, mesmo!, o Bhima iria comprar uma televisão inventada pelos Humanos!
Eram estas as indagações que se apoderaram de sua alminha, quando este, finalmente, terminou os preparativos para o início da viagem. As ditas indagações, por certo!, estavam sendo registradas pelo Senhor Supremo de Altíssimo Poder, uma vez que a grande divindade tinha sempre acesso à sua mente de Extra-Terrestre, quomodo tinha também conhecimento de todos os pensamentos dos Seres Humanos.
Em verdade, o Supremo Importantíssimo conhecia intimamente todas as Criaturas do Universo Sem-Fim; todas evidentemente criadas por ele.
O Bhima bem sabia que seus questionamentos chegavam aos Magnificentes Ouvidos e tinha consciência também, ao indagar pensativamente sobre as ações do Poderoso, que arriscava-se a ser castigado por tanto atrevimento. No entanto, era-lhe impossível deixar de lado essas questões que o atormentavam, e o Bondoso confiava nas atitudes justas do Magnificente.
Sim!, o Supremo era muito justo!, e se, depois de milhões e milhões de Annos-Luz, começava a questionar algumas descobertas científicas realizadas no Mundo, principalmente, aquelas Máquinas inventadas pelos Humanos, aparentemente superiores à sua Vimana Voadora e à sua Luneta Mágica das Grandes Ocasiões, isto tudo ocorria, certamente!, com a Complacência do mesmo. Mas, enfim, o incômodo era-lhe necessário, uma vez que fora o próprio de Poder Magnífico que assim exigira-lhe.
E ele voou então até ao Centro de Toda Aquella Confusão. Voou até ao Centro da Contenda entre a Tribo do Norte Ocidental, poderosíssima!, e a Tribo dos Dinâmicos Habitantes daquella parte médio-oriental do Planeta, cujas terras quase sem vegetação e desérticas estavam replectas do preciosíssimo petróleo negro, o disputadíssimo ouro negro do Século XX anterior, o qual jazia em suas desconhecidas profundezas. O Bhima bem sabia que o negro petróleo médio-oriental era o verdadeiro motivo da disputa, naquelle Terceiro Anno do Terceiro Milênio Assinalado.
E foi com o seu Coraçãozinho de Extra-Terrestre confrangido, replecto de uma tristeza tão antiga, que presenciou, assestando o seu ultrapassado, mas ainda mui poderoso!, Binóculo Mágico das Grandes Ocasiões, muito parecido com aquelles que eram comprados nas Feiras-Livres do Veiroto Século XVIII, muito parecido também com aquelles binóculos muito usados pelos nobres de antanho nas ricas galerias dos suntuosos Teatros daquelle século e do século seguinte, repito, foi aí então que presenciou, replecto de tristeza quase Humana, aquella horrorosa, tenebrosa, tenebricosa Guerra do Terceiro Anno do Terceiro Milênio, Momento de Passagem Astral para o Domínio Temporal de Aquárius.
O Bhima viu, com seus grandes e amendoados e brilhantes olhos de Extra-Terrestre Bonzinho, olhos que jamais a Terra Encantada haverá de comer, crianças e pessoas civis do Médio Oriente sendo massacradas impiedosamente pelas tropas aliadas ao Terrível Contendor de Guerrilhas e Dilatadas Guerras Inglórias. Ao olhar para baixo, não se envergonhou de seu choro, porque as Cenas que presenciava eram as piores, as mais terríveis que seus enormes e amendoados olhos de Extra-Terrestre já vira, desde quando aportara na Terra, há milhões e milhões e milhões de Annos-Luz atrás.
Ah!, como o Pobrezinho chorou! Enquanto chorava por aquelles pobres desgraçados, sete milhões e sete mil e setecentos e setenta e sete vezes desgraçados mortais, coitados!, resolveu acionar o Botão da Tela Mágica do Passado, para rever algumas Guerrinhas Famosas da História da Humanidade. Realmente, elas foram pequenas, se comparadas com as Guerras do Século XX e, naquelle Momento, se comparada com a Guerra que ele, o Bhima Extra-Terrestre, estava a presenciar. Realmente, as Guerras do Século XX foram terríveis, impiedosas, mas aquella do Início do Terceiro Anno do Terceiro Milênio se mostrava a mais tenebrosa.
Amargurado, recolheu-se a um Cantinho de sua Linda Casinha Voadora, temporariamente estacionada em uma Melancólica Nuvem Cinzenta criada por ele mesmo, uma vez que, naquellas terras desérticas, naquellas areias escaldantes do deserto, as nuvens no céu eram matéria bem rara; recolheu-se para chorar desconsoladamente. O Sol Causticante do Deserto Imperante impedia o acúmulo de nuvens benfazejas, prenunciadoras, quase sempre, de Chuva Abundante. Por esta razão, fora obrigado a criar uma melancólica nuvenzinha cinzenta de nada, para nela estacionar a sua Vimana Esplendorosa Praláde Preciosa.
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