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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A CURIOSA ESTÓRIA DA MONTANHA OCA - 9.3
AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A CURIOSA ESTÓRIA DA MONTANHA OCA - 9.3
NEUZA MACHADO
Mas, voltando à história da Montanha Mágica da Serra dos Carolas em Minas Gerais, um Local bem pertinho do Esplendoroso Monte do Divino Espírito Santo Altaneiro, próximo da Protectora Santa Luzia dos Carangolenses Argueiros, naquelle dia, o Bhima colocou um silenciador de motor de carro barulhento em sua Vimana Brilhante Maravilhosa, e voou ansioso até ao Terreiro de Terra Batida da Incomparável Jane Briseides Muito Fermosa Mamãe, e ficou, ali, disfarçado de Aragem Vespertina, naquella Hora Milagrosa em que as duas (mãe e filha) se juntavam para contar recontar e ouvir Estórias de Espantos e Santos e Seres do Além, e se entreteceu apreciando os relatos de Mamãe sobre o Mistério que cercava a Montanha Oca dos Transcendentes Espíritos Milenares do Bem.
Foi aí, então, que o Bhima ficou conhecendo a história da Montanha do Sino Bim-Bim-Bá-Lá-Lão (florezinha na cinta e ginete na mão), totalmente oca por dentro, na qual vivia o espírito de um antigo sacristão, o qual costumava, nas horas religiosas do dia, horas de Ave-Maria, o grande sino, da pequenininha Igrejinha da localidade, tocar.
Aí, então – continuava contando a Jane Briseides de Irradiante Atracção à sua filhinha Diana Valente –, um certo dia, o sacristão apareceu mortinho da silva, assassinado com uma certeira facada no coração tão bão, bem encostadinho na parede de pedra da tal Montanha do Bom Sacristão, a qual naquella época não era ainda oca, e que, depois da tragédia, se tornara oca, e que, naquellas horas sagradas do dia, horas de Ave-Maria, podia-se ouvir as badaladas do sino, quando as crianças inocentes, naquellas tais horas, jogavam pedrinhas miúdas na Montanha Vibrante.
Aí então, por consideração de Deus Nosso Senhor de Imortal Coração, o qual amava fervorosamente aquelle Sacristão Tão Bão!, tão cumpridor de seu dever de cristão, aí então o bom Deus, não se conformando com o trágico assassinato de seu fiel servidor, transformou a sólida montanha na Montanha Oca do Sino Plangente Dim Dão, só para que os Habitantes da Região jamais se esquecessem do Sacristão em questão.
Aí então, a Dianazinha perguntou à Mamãe do ReCanto Sagrado, porque o Sacristão foi matado, se ele era assim tão bão e por Deus estimado?
A Mamãe, que era uma Incrível Contadora de Estórias, sacudiu o seu Embornal de Insólitas Informações não muito racionais, e retirou de lá uma estória bonitinha, para contar à sua curiosa filhinha.
Então, a Jane Mamãe explicou tudinho certinho: O sacristão morreu porque era muito amado por Deus! Só ele sabia o segredo da Montanha de Brilhante e Verdadeiro e Eloquente Ouropel, e, através dela, ele se comunicava com os Habitantes do Céu.
Aconteceu, Diana!, que lá, no local, existia um Tal que era partidário do Mal. O adepto do Canhoto queria também conhecer o Segredo Celestial. Só o Sacristão sabia que, no Interior Daquella Montanha, os Anjos-Emissários de Deus ali pernoitavam, e, com eles, o sacristão conversava animado.
O sacristão muito apanhou, mas não delatou! Aí, então, com uma facada certeira em seu coração, o malvado, sem um pinguinho sequer de compaixão, o matou.
Mas, o criminoso recebeu o castigo do nosso Deus Amado e Adorado! Ali mesmo, no mesmo local da crueldade com o Muito Prezado (aquelle de Deus estimado), com uma morte horrorosa ele também pereceu.
O Homem Malvado morreu engasgado. Com o ossinho do pescoço da galinha em sua garganta alojado, o Malvado correu até ao local do Crime Assinalado. O Homem do Mal, percebendo a hora de sua morte factal, quis pedir perdão à alma do Sacristão. Mas, não pode, coitado!, porque o Danado, que estava ao seu lado, não deixou, de jeeeeeeito nenhum!
Enquanto corria, ele ouvia o Danado que, por intermédio de um Estranho Ventinho Alado, com uma voz sussurrante, dizia vibrante: “Já que ocê tá arrependido do crime a meu mando praticado, e quer pedir perdão à alma do Sacristão por Deus muito estimado, não vou tirar o ossinho em sua goela fincado. E, como ocê não terá voz para implorar, nem o Deus dos Cristãos irá lhe ajudar”.
“No dia da morte do Homem Malvado”, assim contou a Jane Mamãe do contar ritmado, “os Habitantes da Região, inclusive o meu avô José Damásio de Amorim e minha avó Maria Ricarda da Ilha de São Miguel, habitantes sitiantes da Serra dos Carolas, foram até ao local e viram o cadáver do Homem Malvado desaparecer numa Fogueira Sinistra, dentro de um Estranho Buraco Sem Fundo, cheio de fumaça sufocante, um Buraco que apareceu por ali, inesperadamente, naquelle angustiante instante, tragando o cadáver do Homem Malvado, levando-o para as Profundezas Incomunicáveis do Hades Renegado.
E um Som Desafinado de Harpa, Sinistra, Intrigante, foi ouvido por todos que ali se encontravam naquelle instante.
Assim, no Meio de um Rastro de Fogo Alucinante, dentro de um Buraco Sem Fundo, acompanhado de uma Música Fúnebre de Harpa Dissonante, o Cadáver do Malvado desapareceu para sempre, e nunca mais foi encontrado!
Até hoje, Diana!, minha menina!, os Habitantes do Lugar, naquellas Horas Sagradas, já assinaladas, quando as Crianças Inocentes vão, até lá, para Jogar Pedrinhas na Montanha Ocada do Som Bim-Bim-Bá-Lá-Lão, eles escutam o Tilintar do Sino Sagrado do Sacristão, e, ao mesmo tempo, escutam, também, o Profundo Lamento de Remorso do Criminoso, um Triste Pedido de Perdão, através da Melodia de Harpa Vibrante do Vento Intrigante.
Por isto, a Montanha, até hoje, é conhecida pelo nome de Montanha do Eco, enquanto os Habitantes da Região a denominam de Montanha Oca ou Montanha do Sino ou Montanha Vibrante ou Montanha do Som Angustiante.
Depois de acompanhar, Invisível Naturalmente, a Incrível História de Jane Briseides Mamãe, o Bhima se afastou dali, de fininho, silencioso, e foi para o seu Recanto de Luz.
Como já estava um pouco cansado, e já era noite na Terra dos Homens, se recolheu em seu aposento de dormir, dentro de sua Vimana Casa Voadora Replecta de Esplendor, e se preparou para desfrutar de mais uma noite de sono reparador.
No dia seguinte, ele bem o sabia!, iria conferir, na Magnífica Tela Mágica dos Grandes Acontecimentos, aquella estória da Jane Briseides dos Literários Inventos.
De qualquer maneira, o Bhima refletiu antecipadamente!, aquella Estória da Jane, por ela fora inventada, uma vez que a imaginação da dita Mamãe se originava do Reino do Nada.
Enquanto não, o Bhima caiu em profundo sono reconfortante. Enquanto aquilo, lá na Tal Galáxia Especialíssima, em seu Planeta de Origem, do qual se distanciara há milênios, submetido à sua Função de Guardião da Milícia Intergalática de seu Supremo Senhor, a Mãezinha do Bhima, tristinha!, rezava por ele ao Deus do Louvor.
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