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domingo, 15 de agosto de 2010

XXVI - MEMÓRIAS DE CIRCE IRINÉIA: O COFRE ESCONDIDO DE JANE MAMÃE

XXVI - MEMÓRIAS DE CIRCE IRINÉIA: O COFRE ESCONDIDO DE JANE MAMÃE

NEUZA MACHADO

Jane Mamãe guardava o ordenado de Antoinzinho Papai com avidez. Segundo seu ponto de vista, o dinheiro de Antoinzinho Papai era dela, porque quem passava necessidade para juntá-lo era ela (Antoinzinho Papai não se incomodava!). Jane Mamãe jamais esquecia as privações passadas, visando o bem-estar da família. Incoerentemente, a família nunca conseguiu ter dinheiro, apesar do controle de Jane Mamãe. Naquele tempo, ela escondia o dinheiro em uma fresta da cabeceira da cama, feita de madeira compensada, totalmente oca por dentro. Quando da mudança monetária, que ocorreu em princípios dos anos mil novecentos e sessenta, Jane Mamãe, ignorante em assuntos bancários, não soube agir rapidamente e, infelizmente, o seu suado dinheirinho, escondido a sete chaves, virou pó. Uma parte do dinheiro de Antoinzinho Papai, proveniente de longos anos de trabalho estafante, transformou-se apenas em lembrança.

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