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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

XXIX - MEMÓRIAS DE CIRCE IRINÉIA: MEU IRMÃO CAÇULA, UM QUASE-ANTOINZINHO PAPAI

XXIX - MEMÓRIAS DE CIRCE IRINÉIA: MEU IRMÃO CAÇULA, UM QUASE-ANTOINZINHO PAPAI

NEUZA MACHADO

Meu irmão caçula sofreu as consequências de ter uma Jane Mamãe já velha e redobradamente incompreensível. Jane Mamãe o sufocou com seus cuidados em sua infância e adolescência, e ele a driblou sempre, fugindo de sua autoridade infantilizada. Pelo meu ponto de vista, preservou-o de graves danos existenciais a circunstância de eu já estar casada e com filhos quase da idade dele, pois assim ele passou seus primeiros anos de vida mais ao meu lado.

Orgulho-me de meu irmão caçula! Sei que, enquanto ele foi criança, procurei orientá-lo positivamente, a despeito do comparecimento opressivo de Jane Mamãe (afinal, o filho era dela!). Sei que fui, para ele, uma outra espécie de Jane Mamãe-Irmã muito enérgica, mas posso afiançar que houve diálogo entre nós e que ele compreendeu o motivo de minha atitude firme a mostrar-lhe as diretrizes das conveniências sociais. Hoje (já centenária) obrigo-me a crer que ele entendeu minhas preocupações e o meu empenho em direcioná-lo para um futuro sem máculas.

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