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domingo, 3 de março de 2013

A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU PAI ZECA DE SOUSA E A CAÇADA ASSOMBRADA


 
A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU PAI ZECA DE SOUSA E A CAÇADA ASSOMBRADA


ANTÔNIO DE SOUSA COSTA
 

 
 
 

 

Meu pai, José de Sousa Costa, que tinha apelido de Zeca de Sousa, casado com Antoninha, que era filha de Joaquim Pereira e neta de João Pereira da Cunha, vulgo Barba de Argolão, o Zeca, meu pai, também, era caçador de paca e caititu. Ele se reunia com o cunhado Sebastião Pereira Sobrinho e, todos os domingos, iam caçar. Mas teve um domingo que eles tiveram a maior decepção.

 

Havia missa no Arraial e, naquele tempo, ninguém faltava com sua presença na Igreja. O padre vinha de longe. Era de mês em mês que tinha missa no Arraial. Meu pai e tio Bastião Pereira deixaram de ir à missa, para irem caçar paca. Reuniram-se na casa de meu pai, na manhã de domingo bem cedo, tomaram café, fizeram uma refeição matinal bem reforçada, deram comida aos cachorros, e foram caçar, sem nem se preocupar com o dever de ir à missa. Todos da família foram à missa, que era marcada para as dez horas do dia.

 

Meu pai e tio Bastião Pereira chegaram no mato, soltaram os cachorros, e ficaram na beira do rio, pouco acima da cachoeira, e começaram a buzinar para os cachorros saírem em busca das caças. Não levava nem meia hora e os cachorros traziam pacas de todos os lados, e eles dando tiros, mas, não acertavam em nenhuma delas. Os cachorros novos, que nunca tinha levantado paca, naquele dia de domingo, que eles deixaram de ir à missa para irem caçar, achavam paca em qualquer lugar. Dizia meu pai e tio Bastião que as pacas vinham roncando no gogó, e eles dando tiros, e eles não mataram nenhuma. Diziam eles que as pacas passavam até debaixo de suas pernas; até que eles caíram em si, e tio Bastião disse para meu pai: “– Compadre Zeca, vamos embora para casa, isso não é paca não, isso é o capeta que em figura de paca”.

 

Eles vieram pra casa muito assombrados com aquele acontecimento, que houve na caçada de domingo. Eles não deixaram de caçar, mas só caçavam dia de sábado. Com esse acontecimento, que houve na caçada de domingo, meu pai ficou desinfluente com caçada e foi deixando de caçar, aos poucos, até que deixou de tudo. Mas, o tio Bastião Pereira não deixou. Se não tivesse companheiro, ele ia até sozinho; sempre que tivesse um tempo, tio Bastião Pereira ia caçar com seus cachorros.

 

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