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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

RIO DE JANEIRO, 02 DE DEZEMBRO DE 2001: EPÍSTOLA AOS HOMENS E MULHERES DO FUTURO

NEUZA MACHADO




EPÍSTOLA AOS HOMENS E MULHERES DO FUTURO

NEUZA MACHADO


RIO DE JANEIRO, 02 DE DEZEMBRO DE 2001


Meus Amigos e Amigas do Futuro Sem-Muro, este início do mês de dezembro de 2001, por diversas razões, merece ser exaltado. Estamos terminando, não sei se gloriosamente, o nosso Primeiro Anno do Terceiro Milênio. Não obstante as inúmeras Guerras que, neste momento, assolam o Nosso Planeta Terra; apesar dos desajustes sociais, nos Quatro Cantos do Mundo, sinto-me um ser privilegiado. Quomodo boa sagitariana (mandei-lhes uma cartinha, na semana passada, revelando-lhes a minha propensão para oferecer crédito às sugestões dos Oragos Astrológicos), eu penso que tive muita Sorte Benfazeja nesta minha existência terrena. Pelo fato de ter nascido em meados do Século XX (e graças a esta Apreciada Sorte), pude viver uma parte de minha vida em um momento que sinalizou o final de um Século Automatizado e o final de um Milênio Espetacular, no qual (apesar de todos os problemas insolúveis) ocorreram inúmeras descobertas tecnológicas. Assim, pude assistir, quomodo espectadora, na expectativa fundada em supostos direitos femininos, probabilidades ou promessas, ao início de um Novíssimo Milênio que marcará o Calendário da Terra. Agora, nesta segunda parte de minha vida (espero que seja loooooonga!), ainda presa a esses hipotéticos direitos, adquiridos por meios supostamente sobrenaturais, ainda terei tempo para apreciar as Inúmeras Maravilhas do Orbe, que estão e estarão ainda em processo de configuração em meu Futuro próximo. Meus Amigos e Amigas, desejo, sinceramente, que essas Maravilhas ocorram em um tempo recorde, para que possam beneficiar, principalmente, o Momento Histórico do Amanhã. De qualquer maneira este mês de dezembro de 2001 merece ser exaltado, porque resistiu bravamente aos conflitos mundiais e aos Conflitos Políticos de minha Nação (o mês de dezembro, aqui no Brasil Varonil, está passando as responsabilidades diárias para o ano que vem) e permitiu-nos – homens, mulheres e crianças da’Ágora – mais um período existencial: o estar vivendo quomodo rezam os preceitos do Único Deus dos Hebreus e Cristãos.

O mês de dezembro merece ser exaltado, principalmente, porque, ainda, não aconteceu o terrivelmente esperado Fim do Mundo. Os Homens de meu passado histórico (o passado histórico desta minha época pertencerá também aos Habitantes do Futuro Sem-Muro) previram o Grande Momento para antes do Anno 2000 e, graças a essa previsão, a Humanidade viu-se presa de angustiante expectativa. Mas, por enquanto, os oragos erraram, felizmente!

Outros motivos para que o mês de dezembro de 2001 seja exaltado: o Papa Karol, João Paulo II, o Sumo Pontífice da Igreja Católica Romana, continua vivíssimo e abençoará, não tenho a menor dúvida, o Segundo Anno do Terceiro Milênio. O Papa Karol, se Deus for com ele, ainda viajará muito pelo Mundo, levando a palavra de Cristo. Lembrem-se dele, aí no Futuro Sem-Muro, meus Amigos e Amigas. O Papa Karol, depois de São Pedro (o Primeiro) e São João XXIII (deste Século XX), poderá ser considerado o terceiro maior da Igreja Romana. Ele superou as pressões bélicas da Segunda Metade do Século XX, sobreviveu a um atentado terrorista e ainda perdoou o agressor. O Papa Karol (em nossa real memória, em nossa sobrenatural imaginação, em nossa lírica recordação, nos imaginários-em-aberto de nossos textos ficcionais) viverá eternamente.

Quero que saibam, também, que a minha Cidade Maravilhosa, Megalópole do Mundo Rotundo, continua bella como sempre. É bem verdade que, aqui neste meu Brasil Varonil, existem muitos e muuuitos e muuuuuuitos mendigos nas ruas e debaixo das pontes, nas Grandes Cidades, mas, neste mês de dezembro de 2001, já finalizando o Governo do FHC, algumas entidades filantrópicas olharão por eles. Neste mês, pelo menos, eles não passarão fome. Saibam que, apesar da exigência de economia de luz (uma terrível exigência, neste Governo do Fernando), nossas Festas de Fim de Ano – Natal e Ano Novo – serão iluminadas e, pelo menos por duas noites, os pobres estarão felizes. Aqui, no Brasil Varonil, há muita movimentação para as festanças de fim de ano. Todos já estão enfeitando suas casas e comprando os alimentos necessários para a celebração. Acenderemos nossas churrasqueiras – os muuuito pobres e os poucos muuuito ricos irmanados – e assaremos porcos, perus e galinhas, em homenagem a mais um anno de vida na Terra. O Natal, também, será dignamente celebrado. No dia 25 de dezembro será comemorado o Nascimento de Jesus e, para que a comemoração se apresente completa, os poucos muito ricos já estão providenciando alimentos, roupas e calçados para os muuuitos pobres. Com toda certeza, uma quilométrica mesa de Natal será construída em uma rua tradicional do Rio de Janeiro (pesquisem!) e, sobre a mesma, deliciosos alimentos, que serão oferecidos aos nossos Deserdados da Sorte Benfazeja. Os poucos cidadãos mais afortunados, aqueles que contribuíram para a Grande Ceia de Natal dos Muitos Pobres Carentes do Rio de Janeiro, nesse dia, dormirão o sono dos justos. Esta cena, meus Amigos e Amigas do Futuro Sem-Muro, se repetirá em todas as regiões do Brasil Varonil e nos países pobres do Orbe Rotundo também. Ligando nossas televisões ou, então, acessando a Máquina Internet, aquela que nos mostra todos os acontecimentos do Mundo e da Galáxia Infinita, no perpassar (escoar-se o tempo) de um segundo, assistiremos às demonstrações de bondade dos Poucos Privilegiados da Sorte. A emoção nos dominará e estaremos todos felizes. Mais para o final de dezembro, em homenagem às tradições religiosas que fazem parte de nossas vidas, com certeza, a Bandeira da Paz será hasteada, temporariamente (imagino!). Até lá, terei tempo de relatar-lhes as ocorrências. Aguardem!

Repleta de Esperança em Dias Melhores, prometo-lhes um novo missivo para o dia 09/12/2001. Por ora, recebam o cordialíssimo abraço de:

ODISSÉIA MARIA, filha de Antônio Aquileu Pelides e Jane de Brises.

Um comentário:

  1. Ó MARIA, FILHA DE AQUILEU, MULHER GUERREIRA, REPLETA DE ESPERANÇAS EM SUAS CARTAS, NÃO FICARÁ DEZEMBRO SEM O CANTO DE SUA LIRA!

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