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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: PRIMEIRAS AVENTURAS NO PASSADO MITIFICADO - 7.3


AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: PRIMEIRAS AVENTURAS NO PASSADO MITIFICADO - 7.3

NEUZA MACHADO

A bem da verdade, as suas Primeiras
Aventuras na Terra foram escritas em sânscrito,
e o Bhima bem sabia que as traduções posteriores,
em outras línguas,
quase sempre, deturpavam as escritas autênticas,
e, pior ainda, ele próprio não aprendera o sânscrito,
naquella época,
uma vez que se preocupara mais em aproveitar
a oportunidade de ser um jovem semi-humano,
e, ainda por cima!, filho de reis.

Sim!, fora muito interessante a experiência!
Ele pode nascer e crescer à moda dos humanos,
pelo menos uma vez,
para sentir o gostinho de vida que os ditos sentiam.
Por esta razão, naquelle momento,
em pleno Início de Século XXI,
podia dar-se ao luxo de amar ternamente
aqueles Serranos escolhidos,
habitantes daquelle Alto de Serra Of Hinterland,
chorar com as suas tristezas e alegrias
(porque também
– ele aprendera com os terráqueos brasileses! –
o ser humano chora de alegria!),
rir descontroladamente, et cetera, etc,
do jeitinho mesmo que os humanos costumam fazer.

O Senhor Supremo fora muito justo com ele!
Deixara que adquirisse certos sentimentos,
para que não se sentisse sempre
Um Solitário na Terra dos Homens.

Por isto, naquelle momento,
ele estava assistindo ao desfile das Misses,
diante da televisão inventada pelos humanos.
Por isto, ele não estava satisfeito com o resultado,
porque, exatamente quomodo os humanos,
a sua preferida estava a perder pontos
diante do seleto júri.

O Bhima Sentinela estava pensando que tudo aquilo
era uma tremenda enganação,
uma vez que algumas Misses,
não tão bonitas assim!,
estavam sendo classificadas entre as dez mais.
Inclusive, aquella que
no momento estava a receber o cetro,
segundo o seu Conhecimento Interplanetário,
ela não era a melhor entre as melhores.

Quomodo um bom mineiro,
(ele já se considerava um mineiro!)
estava torcendo pela candidata de Minas Gerais,
sua Terrinh’Amada!,
e ficou deveras incomodado quando
a mesma foi desclassificada,
sem nem ao menos ficar entre as dez finalistas.
“Não!, neste Concurso de Miss Brasil
existe maracutaia!”,
pensou, aborrecido!,
ao desligar a tal televisão,
quando acabou o desfile.

Ele não se conformava por ter perdido
o seu precioso sono
com aquela baboseira toda.
Segundo o seu entendimento,
apesar da beleza da ganhadora do concurso,
o resultado não fora justo.
De acordo com a sua própria
concepção de beleza feminina,
de beleza das Terráqueas, bem entendido!,
a candidata de Minas Gerais
naquelle Anno de 2003,
fora castigada pelo seleto júri
por ser a mais bella de todas.
Inclusive, aquela história
das respostas inteligentes
quomodo pontuação primordial
estava muito mal contada!
Se tivesse recebido autorização do Supremo,
teria se materializado entre os seletos jurados,
teria feito uma nova pergunta para a vencedora,
e, aí sim!, os sonolentos telespectadores do Brasil
teriam apreciado um grandessíssimo fiasco!

Anteriormente, enquanto
estava assistindo
ao Evento das Misses,
Evento este que, em outras épocas,
mobilizava milhões
de telespectadores
de sua Amada Nação Brasileira,
recordou-se das bellas mulheres
da História da Terra,
desde que a deusa Afrodite
da Ilha de Citera
recebera dos Gregos Antigos
o título de a mais fermosa
divindade feminina
do Olimpo Grego Pagão.

Não!, absolutamente, não!,
a tal moça do anno de 2003 não possuía
os pré-requisitos necessários
para que fosse considerada a mais bella,
de acordo com as próprias lembranças
em relação à sedutora deusa citeréia,
aquella que fora concebida por Urano
logo depois de sua castração.

“A coitadinha da Miss é tão magra!”,
pensou exclamativamente,
naquele momento, muitíssimo irritado.
Como uma moça magrela,
mais parecendo uma tábua de passar roupas,
alcançou ser considerada a mais bella
de sua Terra Verde-Amarella?

Não!, com certeza houve maracutaia!
Bonita, realmente, fora a deusa grega,
com aquelles largos quadris,
cintura fina de pilão e peitos abundantes,
próprios para gerarem pelo menos
uns dez semi-humanos fortes e vigorosos,
e, pelo menos, umas dez mulheres mortais,
replectas de amorosas seivas vitais.

Lembrou-se, por exemplo, também,
de Helena de Tróia
(a amada do Rei Menelau
e também do ilíaco Príncipe
Páris Alexandre Nicolau),
aquella bella que fora o pivô
de uma sangrenta guerra
entre gregos e troianos.

E, acompanhando a História Geral
do Mundo Terráqueo Vital,
recordou-se da famigerada Cleópatra
e seus inúmeros casos amorosos,
aquella poderosa rainha egípcia
que se deixou picar por uma cobra venenosa.

Sim!, aquelas foram mulheres bellas.
Por exemplo, também,
a Marta Rocha Brasileira,
dos Meados do Século XX Passado,
com suas duas polegadas a mais nos quadris,
a primeira Miss de seu País Varonil,
aquela Marta inesquecível,
que tão bem soube representar
as mulheres bellas
de sua Terrinha Tropical Muito Amada,
naquelle já distante Anno
do Início dos Cinquenta,
apesar de não ter abiscoitado o prêmio.

De qualquer maneira, o Bhima bem o sabia!,
a jovem do cetro, naquelle Anno da de 2003,
não iria ganhar a faixa
de A Mais Bella do Universo Sem-Fim,
porque a realmente bella do dito Concurso,
naquelle seu País Tropical (naquele momento,
ainda, terceiromundista),
replecto de antigos veirotos oportunistas,
anosos ditadores de maracutaias enganadoras,
sequer fora selecionada.

Assim pensando, desligou a tal Televisão
Inventada pelos Humanos,
se aconchegou entre as macias cobertas
de seu Leito Azulindo Sonhante Flutuante,
para um Curto Soninho
de Pouquíssimas Horas Repousantes,
porque já era de Madrugada
e, logo, teria de Acordar,
para Mais Um Dia de Vigilância
na Terra dos Homens Agilizar.

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