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sexta-feira, 4 de março de 2011

TRISTE REALIDADE: A MÚSICA COMO COLABORADORA DE CONQUISTAS AMOROSAS NO BRASIL DO TERCEIRO MILÊNIO

TRISTE REALIDADE: A MÚSICA COMO COLABORADORA DE CONQUISTAS AMOROSAS NO BRASIL DO TERCEIRO MILÊNIO

NEUZA MACHADO

Recebi o texto abaixo, sem autoria reconhecida, por intermédio de um e-mail que me foi enviado por um amigo. Acredito que este texto já esteja circulando pela Internet há um bom tempo. Na Internet há textos que devemos rejeitar, entretanto, há outros que devemos propagar. Este texto, que me foi enviado por este amigo (aviso-lhes que só abro os e-mails dos amigos, ou seja, somente os e-mails confiáveis), é um deles (há a necessidade de conscientizarmo-nos das baixarias musicais a “apedrejar” os nossos ouvidos).

Infelizmente, asseguro-lhes que esta é a realidade de um segmento de nossa atual música e do respeito que alguns autores deveriam ter para com as mulheres brasileiras nestes últimos dez anos.

Posso afiançar-lhes que esta é realmente a triste realidade, pelo menos aqui na Cidade do Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa. Como não dirijo e não tenho automóvel próprio, vou sempre para o trabalho em uma ou outra das inúmeras Vans que circulam por nossos bairros residenciais como condução alternativa. Nas ditas Vans, vou ouvindo estas “belezuras” musicais em sons altissonantes. Alguns motoristas não têm o mínimo respeito pelos passageiros, colocando em seus rádios ou players (MP3, DVD, etc.) músicas de baixo calão (evidentemente, não são todos). Infelizmente, não posso externar a minha indignação e fico calada, pois não seria de boa política reclamar, uma vez que necessito das ditas conduções.

Meus queridos leitores! A pura verdade é que alguns funks, proibidões e outras “pérolas” já tomaram conta do nosso cotidiano carioca e as ditas “pedradas” musicais vão a espalhar-se por nossas ruas e bairros, sem pedir licença aos ouvidos escrupulosos.


Eis o texto:


TRISTE REALIDADE

Uma análise da evolução da relação de conquista e do amor do homem para a mulher através das músicas que marcaram época.

Não é saudosismo, mas vejam como os quarentões, cinquentões tratavam seus amores.
É por isso que de vez em quando vemos uma mulher nova enroscada no pescoço de um quarentão.

(E a partir de 2001, observem como as jovens brasileiras foram e ainda são tratadas musicalmente, independente do patamar social, sejam ricas ou pobres).

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Década de 30:

Ele, de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela mora, canta:

"Tu és, divina e graciosa,
estátua majestosa!
Do amor por Deus esculturada.
És formada com o ardor
da alma da mais linda flor,
de mais ativo olor,
na vida
é a preferida
pelo beija-flor..."

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Década de 40:

Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira, escreve para Rádio Nacional e,
manda oferecer a ela uma linda música:

"A deusa da minha rua,
tem os olhos onde a lua
costuma se embriagar.
Nos seus olhos eu suponho,
que o sol num dourado sonho,
vai claridade buscar"

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Década de 50:

Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de uma bela bossa:

" Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça.
É ela a menina que vem e que passa,
no doce balanço a caminho do mar.
Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema.
O teu balançado é mais que um poema.
É a coisa mais linda que eu já vi passar."

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Década de 60:

Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço,
ajeita a calça Lee e coloca na vitrola uma música papo firme:

"Nem mesmo o céu, nem as estrelas,
nem mesmo o mar e o infinito
não é maior que o meu amor,
nem mais bonito.
Me desespero a procurar
alguma forma de lhe falar,
como é grande o meu amor por você..."

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Década de 70:

Ele chega em seu fusca, com roda tala larga, sacode o cabelão,
abre porta pra mina entrar e bota uma melô jóia no toca-fitas:

"Foi assim, como ver o mar, a primeira vez
que os meus olhos se viram no teu olhar....
Quando eu mergulhei no azul do mar,
sabia que era amor e vinha pra ficar...."

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Década de 80:

Ele telefona pra ela e deixa rolar um:

"Fonte de mel, nos olhos de gueixa, Kabuki, máscara.
Choque entre o azul e o cacho de acácias,
luz das acácias, você é mãe do sol. Linda...."

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Década de 90:

Ele liga pra ela e deixa gravada uma música na secretária eletrônica:

"Bem que se quis,
depois de tudo ainda ser feliz.
Mas já não há caminhos pra voltar.

E o que é que a vida fez da nossa vida?
O que é que a gente não faz por amor?"

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Em 2001:

Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela, por e-mail:

"Tchutchuca!
Vem aqui com o teu Tigrão.
Vou te jogar na cama
e te dar muita pressão!
Eu vou passar cerol na mão,
vou sim, vou sim!
Eu vou te cortar na mão!
Vou sim, vou sim!
Vou aparar pela rabiola!
Vou sim, vou sim"!

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Em 2002:

Ele manda um e-mail oferecendo uma música:

"Só as cachorras! Hu Hu Hu Hu Hu!
As preparadas! Hu Hu Hu Hu!
As poposudas! Hu Hu Hu Hu Hu!"

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Em 2003:

Ele oferece uma música no baile:


"Pocotó pocotó pocotó...
minha eguinha pocotó!

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Em 2004:

Ele a chama para dançar no meio da pista:

"Ah! Que isso?
Elas estão descontroladas!
Ah! Que isso?
Elas Estão descontroladas!
Ela sobe,
ela desce,
ela dá uma rodada,
elas estão descontroladas!"

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Em 2005:

Ele resolve mandar um convite para ela, através da rádio:

"Hoje é festa lá no meu apê,
pode aparecer,
vai rolar bunda lelê!"


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Em 2006:

Ele a convida para curtir um baile ao som da música mais pedida e tocada no país:

"Tô ficando atoladinha,
tô ficando atoladinha,
tô ficando atoladinha!!!

Calma, calma foguetinha!!!
Piriri Piriri Piriri,
alguém ligou para mim!"

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Em 2010:

Ele encosta com seu carro com o porta-malas cheio de som e no máximo volume:

" Chapeuzinho pra onde você vai,
diz aí menina que eu vou atrás.
Pra que você quer saber?
Eu sou o lobo mau, au, au
Eu sou o lobo mau, au, au
E o que você vai fazer?
Vou te comer,
vou te comer,
vou te comer,
Vou te comer,
vou te comer,
vou te comer,
Vou te comer,
vou te comer,
vou te comer"

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