(Alexandre Machado)
Quando entrei na cozinha, ela já estava ali trabalhando e não se importou com minha presença. Fiquei observando-a pelo canto do olho, fingindo que também não estava nem aí pra ela. Para os meus padrões de beleza, ela não era muito bonita, mas tinha lá seus encantos e atrativos.
Dirigi-me até a geladeira, abri a porta, peguei uma garrafa d'água, enchi o copo e sorvi vários goles, bebendo tudo de uma vez. Aliás, não bebi tudo. Deixei um restinho no fundo do copo e não resisti: joguei uns pinguinhos em cima dela.
Ah, se arrependimento matasse...
Eu fiquei sofrendo ao vê-la sofrer, tentei de tudo para me redimir e reanimá-la, mas não teve jeito: ela morreu afogada.
Coitada da formiguinha!
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