Quer se comunicar com a gente? Entre em contato pelo e-mail neumac@oi.com.br. E aproveite para visitar nossos outros blogs, o "Neuza Machado 2", Caffe com Litteratura e o Neuza Machado - Letras, onde colocamos diversos estudos literários, ensaios e textos, escritos com o entusiasmo e o carinho de quem ama literatura.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

RIO DE JANEIRO, 28 DE OUTUBRO DE 2001: EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO


NEUZA MACHADO






EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO

NEUZA MACHADO



Meus Amigos do Futuro, em meu tempo, neste último Domingo de Outubro do anno de 2001 (28/10/2001) – principalmente em meu Agorá –, cultuamos a chamada Língua Padrão. A Língua Padrão de minha realidade brasilesa segundo os especialistas deverá estar acima dos regionalismos e condizente com os mestres do idioma brasilês. Deveremos estar atentos à correção da linguagem e observar com acuidade os cânones gramaticais prescritos pela tradição clássica, se quisermos o aval de nossos censores. Nossas leis gramaticais impõem severos castigos aos infratores. Os textos técnicos – excetuando os textos artísticos – só serão avaliados como corretos, se não apresentarem solecismos, cacografias, cruzamentos léxicos, expressões viciosas, barbarismos, impropriedades, vícios de tratamento, deformações (alterações na forma das palavras), et cetera, etc. Assim como os portugueses, os brasileses cultos são muito cuidadosos com o idioma pátrio. Aqui, acreditem!, só permitimos a incursão de línguas estrangeiras. Adoramos outras línguas! Abrasilesamos palavras oriundas de outros países, batemos palmas para o idioma alheio, mesmo que o falante seja analfabeto em sua língua de origem, e perseguimos, implacavelmente, os falantes brasileses das camadas dialetais não conceituadas.

Por esta razão, vocês estão apreendendo aqui, nesta minha cartinha, um leve tom solene e o banimento de palavras chulas e expressões impolidas. Emprego termos adequados porque, quomodo autêntica defensora de uma forma de falar correta, vou sempre consultar a Gramática da Língua Portuguesa Européia, uma vez que não desejo ser admoestada por meus conterrâneos. Às vezes, consulto o dicionário de minha Língua Pátria e descubro que a maior parte das palavras de meu idioma provém do Latim Vulgar. Para vocês entenderem aí no Futuro, o Latim Vulgar era a forma de falar das camadas incultas de Roma. Os soldados romanos – aqueles que alargaram as fronteiras de Roma e impuseram o idioma latino aos perdedores – eram oriundos da plebe iletrada, e foram eles, os iletrados romanos, que conquistaram uma boa parte do Mundo daquela época. Herdamos nosso idioma tão amado desses valerosos soldados, os quais souberam dignificar sua pátria de origem. Os povos autóctones eram obrigados a ceder seus espaços territoriais aos invasores romanos, perdiam o direito de administrar seus domínios e, ainda, eram obrigados a aceitar o vulgar idioma do vencedor. Entendam, meus Amigos do Futuro!, a nossa atual decepção: não pudemos herdar o Latim Culto, porque os intelectuais romanos, autênticos ditadores das normas gramaticais do Latim Clássico, preferiram o conforto da Urbe. Enquanto os soldados lutavam e instituíam o tal idioma deturpado, o poderio de Roma se alargava. Mas, mesmo assim, como herdeiros da Língua do Lácio, inculta e bela, procuramos sempre hierarquizar o idioma pátrio, talvez, numa tentativa de esquecer o início de nossa trajetória lingüística de base vulgar. Por estas inúmeras razões, cultuamos a severidade lingüística e não respeitamos as camadas dialetais que não se enquadram nos pré-requisitos normativos do bem-falar. Mas, adoramos os idiomas alheios!, mesmo que os falantes sejam analfabetos em suas línguas de origem. Se vocês vierem, um dia, nos visitar, de volta para o passado, constatarão o que acabo de lhes dizer: não há um canto sequer do Brasil Varonil, neste final de outubro de 2001, sem a contribuição de idiomas estrangeiros. E acreditem em mim: para os brasileses, é uma vergonha sem limites não saber pronunciar corretamente o idioma alheio... E, no entanto, batemos palmas para o estrangeiro que sabe estropiar com ou sem elegância nossa língua brasilesa inculta e bela.

Meus Amigos do Futuro!, venham nos visitar! Entrem no túnel do tempo e retomem o passado. Este meu presente será o passado de vocês. Venham informar-me o que tanto desejo saber: vocês continuam falando o brasilês? Espero que o Brasil do Futuro aceite suas diversas características dialetais, superando a insegurança lingüística que o faz prestigiar outras línguas que não a própria. Só assim irá amadurecer como Nação Soberana. Os diversos estratos lingüísticos deveriam ser respeitados e não ridicularizados, o que, normalmente, ocorre por aqui.

No próximo Domingo enviar-lhes-ei outras notícias. Aguardem-me! E recebam o meu abraço transecular!

ODISSÉIA MARIA, filha legítima de Antônio Aquileu e Jane Briseides, descendentes de Gloriosos Caçadores de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas de Minas Gerais, uma região misteriosa situada na parte Leste do Brasil Varonil.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

RIO DE JANEIRO, 21 DE OUTUBRO DE 2001: EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO


NEUZA MACHADO

EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO

NEUZA MACHADO



Meus caros amigos, neste ano de 2001, mais precisamente neste mês de outubro de 2001 (21/10/2001), a coisa aqui tá preta, ou melhor, está branca. Surgiu no Mundo, junto com esta Guerra que nos perturba, a chamada Guerra Bacteriológica. Apareceu, por aqui, um pó branco assustador repleto de bactérias mortais. Esse pó provoca uma doença chamada Antraz. A humanidade atualmente – espero que acreditem em mim! – está apavorada. Esta praga não se compara com as outras pragas já registradas na História do Mundo. É algo terrível e inexplicável. A poeirinha da morte chega ao destinatário pelo Correio, dentro de carta lacrada, contaminando quem a manusear. Justo agora, no momento da Guerra, aparece a tal doença. Não sei explicar-lhes o nosso pavor. Falando por mim, só posso dizer-lhes que a minha angústia é imensa. Espero a proteção de um Herói, um cavaleiro audaz, surgindo do Nada, trazendo nas mãos o antídoto salvador. Entretanto, Amigos do Futuro!, penso que, atualmente, não há herói que dê jeito em toda esta confusão. E, por falar em herói, não há mais heróis neste meu Mundo. Os heróis ficaram lá no passado. Os de hoje já morreram, ingloriamente.

De qualquer maneira, eu sei que – todos nós sabemos – um Herói chegará, muito em breve, para nos salvar. Será um Herói do Futuro! Ao contrário dos homens antigos, que cultuavam os heróis do passado, nós, do século XX e início do século XXI, vivenciamos uma situação singular: os heróis que cultuamos estão no Porvir. Sabemos direitinho como são vocês; imaginamos as vestimentas que usam, os veículos futuristas que transitam por suas ruas douradas, visualizamos suas cidades bem planejadas, admiramos a forma como vocês se livram das doenças indesejáveis, et cetera, etc. O Futuro, de acordo com a nossa percepção, se movimenta na mais perfeita ordem. Eu tenho certeza de que, neste exato momento, está nascendo o Herói da Humanidade. Uma Super-Criança está nascendo, em alguma Maternidade do Mundo, e com certeza estará destinada a realizar a maior façanha de todos os tempos: transformar o Planeta Terra em um lugar onde se possa viver em paz. Pesquisem aí no Futuro e descobrirão. A criança, do sexo masculino naturalmente – ainda cultuamos o patriarcalismo –, está nascendo, agora, neste instante. Gostaria, imensamente, que ela fosse brasilesa. Neste exato momento, o Herói está nascendo. Confiram aí no Futuro: são uma hora, trinta e três minutos e zero segundo, o horário de verão no Brasil Varonil. Se vocês quiserem compreender o que quer dizer Horário de Verão, saibam que, de vez em quando, o governo brasilês atual ― o FHC ― manda o povo adiantar os relógios em uma hora. Assim, se os cálculos do horário acusarem zero hora (meia-noite), trinta e três minutos e zero segundo, saibam que ambos – os dois horários – significarão a mesma coisa. É um pouco complicado, mas, com boa vontade, vocês compreenderão. Só para melhorar um pouco mais a minha explicação, informo-lhes que há uma razão para esta atitude do atual Governo, o Fernando Henrique: o Horário de Verão Econômico ajuda-nos a economizar luz elétrica e, assim, os recursos financeiros, dos quais carecemos, aumentam. Fazemos economia, porque queremos saldar nossa dívida com o FMI. Infelizmente, a tal dívida parece não ter fim. Desculpem-me, mas em uma outra carta explicarei o significado desta sigla. Hoje não. Estou um pouco cansada do trabalho semanal, estafante. Na próxima semana, espero enviar-lhes uma carta mais esclarecedora. Esta de hoje está meio embaralhada. As notícias da Ágora Global não são muitas boas, por causa das duas Guerras que apavoram o Mundo. Duas Guerras ao mesmo tempo. Vocês dirão, quando lerem esta minha cartinha: pobres mortais do ano 2001! Mas, o Herói está nascendo, neste exato momento, em uma grande Maternidade do Mundo. Seu nome se perpetuará como símbolo de uma nova Era de paz. Meus amigos do Futuro, que a paz e o amor reinem em seus lares!

Por ora, terminando o meu missivo (não confundam com míssil, por favor), quero dizer-lhes que o Rio de Janeiro continua bello como sempre. O Sol Hipercariocjônio ilumina a Cidade Maravilhosa dos cariocas intrépidos (aqueles que não trepidam nunca, já que são corajosos e não vacilam ante os obstáculos de um Destino adverso). Por esta razão, peço-lhes licença para plagiar Horácio (Carmen Saeculare – Roma Antiga, época de Augusto): O’ Sol capaz de produzir a abundância, que faz existir o dia com (seu) carro hiper-iluminado e o oculta, e nasce sempre diferente e sempre igual, tomara nada possa contemplar (nos séculos vindouros) maior que a Cidade do Rio de Janeiro.

No próximo Domingo enviar-lhes-ei outras notícias. Aguardem-me!

Recebam o meu grande amor transtemporal.

ODISSÉIA MARIA, filha de Antônio Aquileu e Jane Briseides, descendentes de notáveis caçadores de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas de Minas Gerais, uma incrível região localizada na parte Leste do Brasil Varonil.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

RIO DE JANEIRO, 14 DE OUTUBRO DE 2001: EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO

EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO

NEUZA MACHADO


Caros amigos, sexta-feira passada – 12-10-2001 – foi feriado no Brasil Varonil. Comemoramos o dia dedicado à protetora dos brasileses, Nossa Senhora Aparecida, e o Dia das Crianças. Amanhã será um feriado (15/08/2001), também, para a maior parte da população. Os Comerciários e os Professores irão descansar, afastando-se de suas labutas diárias. Como o feriado em honra da padroeira, neste ano de 2001, caiu em uma sexta-feira e o outro será comemorado amanhã, segunda-feira, todos esses privilegiados estão, hoje, em casa, de papoproar, felizes, contentes, ouvindo música, ou assistindo televisão, ou conversando abobrinhas na sala de bater-papo da Máquina Internet. Outros foram viajar, passear com a família, enfrentando o terrível engarrafamento do trânsito, desejosos do ar puro do campo ou do ar puro das regiões banhadas pelo mar. Só voltarão para seus lares e o trabalho diário amanhã, já no final do dia, enfrentando, novamente, o engarrafamento do trânsito, um problema sem solução de nossa realidade caótica. Outros foram assistir a filmes estrangeiros (de outros países) nos cinemas de suas Cidades. Hoje, domingo, com certeza, muitos estarão enfrentando filas imensas, pagando caro pelas entradas, só para se entreterem com os dramas e as comédias dos povos do mundo. Os brasileses adoram, principalmente os mais jovens, os filmes norte-americanos, repletos de ação e emoção.

Ainda, em relação ao longo feriado – quatro dias de folga para a maior parte dos trabalhadores –, quero que saibam o motivo de tal privilégio. O Brasil está enfrentando a pior seca de sua história e, submetidos a uma exigência governamental (governo do FHC), os brasileses estão economizando, desde o mês de junho, energia elétrica. Há uma quota de energia disponível para cada residência, e os consumidores não poderão, em hipótese alguma, extrapolá-la. Estão rezando, e eu também estou rezando, a Deus Nosso Senhor, todos os dias, pedindo-Lhe que nos envie muita chuva. Precisamos de chuva. As águas dos rios, represadas, sustentam as Grandes Usinas Elétricas. Assim, o longo feriadão proporcionará uma grande economia de luz elétrica, segundo fontes governamentais. Na verdade, o dia dedicado aos Comerciários e Balconistas é o dia 30 de outubro. A data foi antecipada por motivo de economia. Quanto aos professores, se bem me lembro, sempre trabalharam no dia 15 de outubro. Amanhã, ficarão em casa... trabalhando, quero dizer, corrigindo provas, preparando aulas, aproveitando o tempo disponível para escreverem suas memórias, ou arrumando a casa, ou jogando a metade da papelada – acumulada em vários anos de trabalho – no lixo, et cetera.

Por falar em professores, estes são os mais desprestigiados de meu tempo. Espero que, aí no Futuro Sem-Muro, os pobres sejam mais prestigiados. Não vou comentar os graus do desprestígio. Se vocês quiserem conhecer as desventuras dos professores, do final do século vinte e início do século vinte e um, ano 2001, façam pesquisas, busquem na História, leiam as narrativas ficcionais dos grandes escritores, enfim, vasculhem o passado, e, com toda certeza, encontrarão os vestígios de tal decadência. Só posso adiantar-lhes que, atualmente, os Bobos da Corte são os professores. Aí, no Futuro, vocês poderão repensar a existência dos Bobos da Corte, desde o aparecimento de tal classe. Pesquisem, meus amigos, os primórdios da civilização ocidental e compreenderão o descrédito que atingiu esta classe, que sempre se preocupou em transmitir preciosos conhecimentos, adquiridos em longos anos de muita reflexão e leituras diárias.

Enfim, são estas as notícias de meu tempo vital. Espero que aí, no Futuro-Sem-Muro, a vida de vocês seja mais tranqüila, com mais dinheiro e fartura de alimentos, sem guerras, sem doenças, et cetera. Que Deus Nosso Senhor os proteja e os faça felizes. Espero que não existam mísseis mortíferos e, de jeito nenhum, bombas atômicas. Espero que as hecatombes desapareçam da face da Terra.

Recebam o meu abraço afetuoso, meus queridos Homens e Mulheres do Futuro!, e também o meu profundo amor. O meu amor chegará até vocês (ultrapassando as barreiras do tempo).

ODISSÉIA MARIA, filha de Antônio Aquileu e Jane Briseides, descendentes de imortais Caçadores de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas de Minas Gerais, um mágico território situado na parte Leste do Brasil Varonil.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

RIO DE JANEIRO, 07 DE OUTUBRO DE 2001: EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO

EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO

NEUZA MACHADO

RIO DE JANEIRO, 07 DE OUTUBRO DE 2001


Meus amigos!, cordiais saudações transtemporais!

Hoje, Domingo, 07 de outubro de 2001, no Mundo Global, o dia não está muito luminoso. É bem verdade que o Sol Hipercariocjônio brilha no céu de minha Polis Maravilhosa. Entretanto, o receio de um Conflito Bélico Mundial não nos permite apreciar o lado atrativo da vida. Os Soldados Invisíveis ergueram seus tacapes de guerra e saíram, por aí, espalhando o terror e a morte. Na semana passada, por exemplo, eu vi, acreditem!, – pela Grande Tela da Máquina Internet (uma grandiosa invenção de meu tempo vital) – desnutridas crianças do Médio Oriente implorando apenas por alimento e paz. Asseguro-lhes que a cena foi de cortar o coração de qualquer ser humano sentimental.

Mas, não rasguem esta cartinha antes de lê-la até o final. Há outras notícias interessantes. Por exemplo: Apesar dos contratempos diários, o povo do meu Brasil Varonil continua sorrindo neste mês de outubro de 2001, repleto de fé e esperança em Deus Nosso Senhor, ansiando por dias melhores, lutando bravamente para ganhar o pão nosso de cada dia. Não é muito fácil sobreviver, nos dias atuais, com um salário insignificante. Vocês, os que estão aí no Futuro, com suas mesas fartas, com seus armários abarrotados de roupas bem feitas, maravilhosas, com seus filhos em bons Colégios, et cetera, jamais conseguirão imaginar como é triste, para um chefe de família, sustentar seus filhos com um ordenado mensal vergonhoso. Hoje mesmo, no ponto de ônibus, um senhor maltrapilho, com uma garotinha de dois anos nos braços, abordou-me, pedindo-me, pelo amor de Deus!, um dinheirinho, uma moedinha insignificante, para comprar um pão para sua filhinha. Foi uma cena triste! Ver aquele homem se humilhando, pedindo dinheiro, sofrendo por estar desempregado.

No entanto, meus amigos, não fiquem alarmados!, ainda há diversão por aqui. O meu Brasil Varonil é considerado o país do Futebol. Os brasileses adoram futebol. Jovens e velhos espantam as preocupações constantes, torcendo fanaticamente nos campos de futebol. Hoje, por exemplo, o Brasil venceu o Chile (um outro país da América Latina) por 2 X 0. Os dois países estão lutando por uma vaga no Campeonato Mundial de 2001. Se vocês, aí no Futuro, não sabem o que quer dizer 2 X 0, eu explicarei. Os jogadores brasileses souberam como chutar a bola diretamente para o gol; arremessaram a bola para a rede e fizeram dois gols. Mas que bobagem estou aqui a dizer!, vocês, os habitantes do Futuro, também são brasileses. A diferença é o tempo que nos separa. Apenas isso! Mas, tudo continua como dantes, nada mudou no Quartel de Abrantes!

Agora, que já lhes narrei alguns fatos de minha caótica realidade, quero que repensem as minhas mais íntimas indagações. Por exemplo: O Mundo de hoje alcançou uma alta tecnologia. Os grandes cientistas, os grandes inventores, apresentam à humanidade – no perpassar de um minuto – suas grandes descobertas. Desde a Antigüidade, as invenções foram surgindo e engrandecendo o Homem. Atualmente, existe o computador – invenção maravilhosa – e a Máquina Internet, um poderoso invento, que nos apresenta notícias, dos cantinhos mais escondidos da Terra, no mesmíssimo instante do acontecimento. Por tudo isto, pergunto-lhes: As invenções de seu tempo futuro serão maiores do que as nossas? As invenções de nossos cientistas se converterão em joguinhos ultrapassados em seu tempo vindouro? Que pena, meus amigos! Eu não sei se a minha alma estará, por aí, apreciando o poder de seus Cientistas Afamados!

Meus amigos do Futuro! Sem outras notícias para enviar-lhes, despeço-me, desejando-lhes muita paz e felicidade. Estarei sempre rezando por vocês ao Único Deus dos Cristãos, até o final de meus dias aqui nesta Terra Maravilhosa.

ODISSÉIA MARIA, filha de Antônio Aquileu e Jane Briseida, descendentes de imortais caçadores de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas de Minas Gerais, um mágico território situado na parte Leste do Brasil Varonil.

P. S.: A minha ODISSÉIA MARIA ainda será publicada. Aguardem!

domingo, 4 de outubro de 2009

HOMENAGEM AO PRESIDENTE LULA

NEUZA MACHADO

“... eu ainda vou escrever uns versos laudatórios pra ele, para homenageá-lo à moda de alguns poetas brilhantes do passado distante, puxa-saquismo ainda é prática no País do Ão, e eu vou puixar à moda de então ...” (In: NEUZA MACHADO, ODISSÉIA MARIA, narrativa de 1998 a ser publicada em breve)


Em 2003 escrevi As Aventuras de Bhima na Terra dos Homens, uma narrativa sócio-mítico-ficcional em que previ (sem querer, em absoluto, me autodenominar Profetisa) os sofrimentos políticos e a certeza das vitórias do Presidente Lula. Em todas as minhas narrativas, de 2003 para cá, a presença, sempre marcante, do nosso Presidente Metalúrgico foi uma constante. Neste ano de 2009, estou muito feliz com a consagração, em termos mundiais, do nosso atual Presidente, enquanto Homem de Bem e Grande Político. Que morram de inveja os adversários, pois, apesar dos ataques e maledicências, ele já entrou para a História dos Grandes Homens do Mundo.

Eis aqui um trecho d’As Aventuras do Bhima escrito por ocasião da vitória do primeiro mandato de Lula:

“Naquele dia, o Bhima chorou muito!, mas era um choro de pura alegria. Aprendera a amar aquele povo sofredor e ao mesmo tempo feliz, o qual, naquele momento histórico, aclamava o Novo Governante, O Abençoado e Ungido, com lenços vermelhos e bandeiras coloridas, depositando em seu ombro esquerdo o Luminoso Saco do Papai Noel repleto de verdes esperanças em um futuro radioso somadas a brancos estímulos de paz e vermelhas motivações de vida saudável. Sim!, para aquele povo sofredor e, ao mesmo tempo, alegre e barulhento, o vermelho não era sinônimo de guerra e sangue, de jeito nenhum! Para aquele povo, secularmente subjugado e desmerecido por outros povos aparentemente superiores, naquele momento, o vermelho significava o precioso e valeroso sangue que pulsava em suas veias, o qual deveria ser naturalmente saudável, por meio de uma saudável alimentação, uma saudável forma de existir no mundo, e que, infelizmente, até aquele momento, lhe fora negado por outros anteriores acomodados governantes. Em verdade, naquele País Terceiromundista, até àquele momento, só uns poucos privilegiados possuíam suas despensas fartas, suas mesas com saborosas iguarias, boas roupas e calçados de primeiríssima qualidade, e muito dinheiro nos inúmeros bolsos e Bancos. A educação, até àquela data, infelizmente, era precária, tanto para os muito ricos quanto para os muito pobres. Quanto aos sessenta milhões de miseráveis, esses, coitados!, até àquela ocasião, não possuíam o direito de receber nem mesmo a tal precária educação! Emocionou-se mais ainda quando viu o Longamente Esperado (há treze annos o povo o esperava) levar a mão esquerda até ao ombro direito, numa clara expressão de dor. Somente ele pode ver, com seus grandes e amendoados e luminosos olhos de Extra-Terrestre, o volumoso fardo que, a partir daquele momento, amoldara-se pesadamente ao ombro direito do Novo Governante, aquele que fora há vários séculos anunciado pelo Mago Nostradamus, obrigando-o a externar a dor física que estava sentindo. O Bhima chorou lágrimas ardentes, muito mais e dolorosamente, porque tinha consciência de que levaria algumas luas-luz, com certeza!, antes que o Realmente Aclamado pudesse realizar as esperanças de seu povo amigo e cordial. Chorou lágrimas sentidas porque não lhe era dado, pelo Supremo, o direito de revelar ao povo que ele tanto amava se aquele novo Chefe da Nação, predito por Nostradamus do século XVI em suas Centúrias no início do cinqüecento, iria sair-se vitorioso em sua empreitada de Combate Contra a Fome que, há muuuiiito!!!, grassava no País.

Naquele dia, a Tela Mágica do Futuro ficou bem resguardada em sua Vimana Voadora, a sua Nave Estelar Maravilhosa. O Solitariozinho não quis olhar a Sorte Vindoura daquele povo por ele muito amado, uma vez que o Senhor Supremo, a poderosa divindade dos hindus antigos; o God dos ingleses e americanos do norte; o Dieu dos franceses; o Dio dos italianos; o Diós dos espanhóis; o Deus dos portugueses e brasileiros e alguns povos da África; o Tupã dos homens vermelhos da Grande Floresta Tropical; o Oxalá da religião africana; ou seja lá o nome que os humanos dão ao Senhor Supremo Criador de Todas as Coisas; repetindo, uma vez que o Senhor Supremo impusera-lhe a Lei do Silêncio quanto à Sucessão Temporal. Então, graças a essa Lei, os humanos só poderiam viver o presente, relembrar apenas alguns fatos marcantes do passado, esquecendo-se dos pormenores vividos, e não poderiam, de jeito nenhum!, conhecer o dia do amanhã. No máximo, poderiam alcançar o dom de uma incerta premonição com ar de probabilidade. Assim, quanto ao Porvir Luminoso, este seria sempre uma incógnita para os terráqueos.

Por tudo isto, o Bhima também chorou de alegria, feliz em observar o clamor espectacular do povo daquele País Tropical ante o novo Governante, um homem forte, de superior inteligência racional e emocional, capacitado para dirigir com mão-de-ferro e coração de mel a Nação, a qual estivera, até aquele momento, se encaminhando para o desastre total. Então, surgiu aquele homem, nascido entre roupinhas modestas e muito amor de mãe pernambucana, prometendo ao povo, se fosse eleito Governante, um rumo diferente para a Nação, um rumo diferente para a História Nacional inserida na História Geral da Humanidade. O Bhima apreciou, por meio de sua Luneta Mágica, o clamor do povo abençoando aquele homem sorridente e amoroso, firme em suas convicções, um Governante que fora, pela primeira vez na História da Nação, escolhido realmente pelo povo, sem nenhuma maracotaia eleitoral. Homem do povo que o povo escolheu, ao depositar, com fervor, nas inúmeras urnas eleitorais espalhadas pelo País, seu voto de confiança naquela nova gestão.”


Eis aqui a Dedicatória ao Presidente Lula, inserta em minha narrativa As Aventuras de Circe Irinéia, escrita em 2005:

“DEDICATÓRIA AO GOVERNANTE ATUAL
QUE PASSA POR UM MOMENTO RADICAL
EMARANHADO NAS TEIAS DE POLÍTICOS
INTRIGANTES QUE TRAMAM SEU MAL

Mas, esta história que quero contar,
por pertencer a um Gênero do Antigo Narrar,
do passado dos gregos e dos romanos de então,
necessita por certo de total proteção,
a proteção de um homem exemplar
e de boa intenção.
E per a razão de meu cogitar,
ao Luís Ignácio do Pernambucano Rincão,
atual Chefe de minha Nação,
fenomenal governante,
Presidente Presente de meu Brasil Triunfante,
a ele, em primeiro lugar,
esta nova estória vou dedicar.
E por ser ele um homem cristão,
nascido e criado em meio ao povão,
pernambucano ou mineiro ou paulista de ação,
quomodo Governante Presente
de meu Chão Resistente,
certamente!,
não se importará
e acredito! permitirá
que, ao meu Povo Brasileiro da Serra e do Mar,
do Oiapoque ao Chuí e do Grande Sertão,
esta dedicatória
com glória
também chegará.

Então, quomodo estava a contar,
esperando que a dedicatória não se perca no ar,
para você, óh! Luís!, e para o meu Povo Exemplar,
e para o povo global que vive a sonhar,
As Aventuras de Circe Irinéia do Insólito Narrar,
uma parenta arredia
de Odisséia Maria,
desejo tramar.”


Em 18/12/2006, com muita consciência do valor do Presidente Luís Inácio, iniciei uma terceira narrativa sócio-mítico-ficcional, concluída neste início de 2009, denominada As Aventuras Prosopopaicas de Dianna Valente. Aqui destaco a Dedicatória e alguns trechos, escritos à época sob o impacto das notícias jornalísticas, quase todas desfavoráveis ao Presidente Lula, jornalistas estes que hoje, por motivos óbvios (mesmo contra suas vontades), se vêem obrigados a apresentar em seus textos a face vitoriosa do nosso ímpar Presidente da República (até agora, no Brasil, não existiu outro igual!).

DEDICATÓRIA

É importante que se diga que a narradora em questão,
digladiadora feroz em um mundo de homens em ação,
mundo de guerras inglórias
e indesejáveis vitórias,
possuía ― naquele momento’anormal ―
consciência total
de que, sem a Dedicatória
Com Glória
ao Presidente’Atuante
do Brasil Verdejante,
o seu Neo-Cantar Incessante,
exaltando o destemor e carisma de Mulher Atuante,
em um Mundo de Homens da Força Imperante,
somatório a Dianna de várias mulheres brilhantes,
mulheres que lutam e labutam
em trabalhos desgastantes,
pois então!,
entendia, a tal narradora em questão,
que, para o desenrolar bem pomposo
de um narrar suntuoso,
uma dedicatória
com glória
ao Governante Popular,
de acordo com as normas da Antiguidade Exemplar,
ao Presidente’Afamado
de seu Brasil Adorado,
o Luís Comandante
da Nação Triunfante,
ela teria de, com orgulho, ofertar.
E foi esta a dedicatória,
com glória!,
da Narradora em Ação
ao Luís Ignácio da Nova Nação,
naquele Anno da Vitória ou Segunda Gestão:

A Vós, óh! Luís! Meu Presidente Presente!
Oferto o meu cantar insistente,
Aqui exaltando o caminhar de uma Brasileira Altaneira,
uma laboriosa guerreira,
a Dianna Valente
Quiromante Influente,
mulher bemmenada,
de vid’agitada,
mulher destemida,
labutante na vida,
âncora segura da família querida,
somatório das outras,
as incansáveis mulheres que passam na Estrada,
do nascer ao morrer,
sem medo de nada.

A oferta, óh! Luís! é bem validada!
Uma Mulher Importante,
bella e atuante!,
de temperamento vibrante,
é o Porto Seguro de vossa caminhada,
vossa esposa Marisa,
Primeira Dama Glorificada,
Muitíssimo Admirada
per muitos brasileiros da Nação Dilatada,
Primeira Dama Por Certo! Invejada
per as anteriores Consortes da Grandiosa Esplanada,
por ser Dona Marisa per Vós bem amada.


E a tal Narradora
Implexora,
dos Antigos Escribas incansável Leitora,
buscando as Arribas da Canção Precursora,
habitante de um Mundo Por Demais Conflitante,
um Mundo Indomável
e Neo-Guerreante,
da Pós-Modernidad’Envolvente,
do Imigo Intrigante,
da Praga Latente
matando Gigante,
da Aids Inclemente
exterminando o Amante,
do Sexo Premente
com Vírus Inflamante,
Pós-Modernidade Doente
com Bactéria Voante,
Mundinho, o tal, de Narrador’Atuante,
redigo o já dito,
num tom mais bonito,
a tal Narradora
Urdidora
de Narrativa Implexora,
depois do pedido ao deus tutelar,
o Júpiter Troante
de Vozeirão Trilenar,
vozeirão imperante
na serra e no ar,
e da dedicatória com glória
ao Luís Exemplar,
o Luís Comandante
do Brasil Gran Gigante,
a História
Com Glória
da Dianna Valente,
Mulher Singular,
Notável Vidente,
a tal Narradora,
redigo, Assessora!,
retomou o cantar.

(trecho do capítulo VI):

"Pois um Brasil Glorificado,
a Diannazinha buscava
no tal Monte Adivinado,
para que o Futuro Assinalado
soubesse que o Brasil Adorado
per seu Povo Maltratado,
de Passado Malsinado,
de Povo Desautorizado,
acordou, bem renomado,
naquele incrível instante,
pois um Pré-Dito sem Calçado
tornara-se um Gran Gigante,
e que o Brasil Colonizado
até ao Vinte Perpassante,
já se via idolatrado
em Vera Terra Distante,
no princípio assinalado
de um Vinte e Um Importante,
o Terceiro Aquilatado,
desde o início pré-julgado
como Milênio Interessante,
e o Brasil Colonizado,
naquele instante’atuante,
se vendo Neo-Governado
por Mão Firme-Comandante,
Mão de Governo’Honrado,
por Deus-Pai abençoado,
por Ele muito estimado,
pois Pernambucano’Atilado,
Governanti’Ajuizado,
pelo Povão Adorado,
era já fato afirmado
no Ágora Fortificado
da Neo-Nação Verdejante.
E, agora, depois do excursado,
com muito parolão recriado,
de longe, a Terra avistada,
a tal Montanha Importante
de sua Terron’Adorada,
pertinho de Belo Horizonte,
Capital Mui Fascinante,
e, por companheiro de Estrada,
contava, a dita Vagante,
com o Toinzão, que ela amava,
o dito Neo-Heliosponte
Filho de Apollo Brilhante.

CAPÍTULO FINAL D’AS AVENTURAS PROSOPOPAICAS DE DIANNA VALENTE, escrito no início de 2009:

E o 2009 chegou, com muita alegria sana!,
e Deus-Pai abençoou o nosso Luís Tão Bacana,
e a esta narradora doou a História da Dianna,
uma Sacerdotisa Mui Sana,
ou Sacerdotisa Lunar,
a que, em 2007, sem grana!,
foi com o Toinzão a buscar
uma Aventura Gincana,
uma Aventura Sem-Par,
no Monte Santo da Serrana
Narradora Du Neo-Mar
(que confusão pós-montana!;
não se sabe se a Dianna
pertence à Serra ou ao Mar!),
filha de Antoizinho’Aquileu
e de Joanna Borromeu,
neta do Zeca Estelar
de Minas Gerais Aveziboõna,
o meu Estado Bacana,
a minha Raiz, o meu Lar,
Serra Muito Antigona,
do Alto Espetacular
de Carangola Timoneirana,
a Cidade Altiplana
da Zona da Matta Exemplar.

Mas, enquanto o Mundo sofria
uma recessão de assustar,
uma recessão que valia
muito mais ficar no ar,
causada per secrelia
de um Norte Sem Bem-Estar,
um Norte da vei-mania
de querer no Mundo mandar,
o nosso Brasil Tão Querido,
regido per o Neo-Ungido
pela Massa Popular,
desde o 2002 do Sumido
Anterior Governar,
daquele momento em diante,
do 2002 para a frente,
estava a se tornar Possante,
graças ao Neo-Presidente,
um Presidente Atuante
que, apesar de muita gente
dar-lhe bordoada constante,
bordoada maldizente
de brasileiro inconseqüente
que não quer perder a fonte
do ganhar muito imprudente,
do que não sabe plantar semente,
mas tira o pãozinho quente
de quem trabalhou incessante;
redigo: apesar da Maldizente,
o nosso Grande Presidente
já nos leva ao Patamar,
pois, a nossa Nação MultiGente,
o nosso Brasil Singular
já põe as Cartas na Frente
e vai ao Mundo Guiar,
o Mundo da Recessão Demente
produzida por Dirigente
que se dizia Solar,
e queria mandar na Gente
que não sabia lutar,
e apesar do Oponente
― que não aprecia o Governar
de nosso Luís Presidente,
e está sempre a criticar
o seu Mandato Exemplar,
e terá de se curvar continente,
a cumprir a lei ocorrente ―,
o Grande Luís Presidente,
neste 2009 Afolente,
está no Mundo a brilhar.”

Outros trechos serão destacados em futuras postagens.