(Alexandre Machado)
A mulher que eu vou amarSerá aquela sem defeitos
Que possa gabar-se de qualidades
Que não tenha em seu peito.
Será uma fina dama
Com mesclas de meretriz
Que possa dizer-se alegre
Quando se encontra infeliz.
Será um pouco arredia
Em meio a um falso pudor
E vai se despir com coragem
Se for por motivo de amor.
A mulher que eu vou amar
Será uma flor, um veneno
Um vício, uma aventura
Um sonho na noite... sereno.
Terá nos olhos o pranto
Na boca, um lindo sorriso
Será meu mais doce recanto
Meu céu, meu mar... paraíso!
Manchada de negro na alma
E a pele de branco manchada
A mulher que eu vou amar
Será um tudo, um nada.
Será demais feminina
Suave será como a noite
Em uma das mãos, o carinho
Enquanto na outra, o açoite.
Não me dará atenção
Quando dela eu precisar
Mas vai ler meu pensamento
Vai ser como meu par.
Dirá para mim que sou forte
Apesar de minha fraqueza
Terá o poder da alegria
E o segredo da pura beleza.
A mulher que eu vou amar
Será uma louca, uma insana
Que toma meu corpo inerte
E beija e mata e esgana
E espera... pausa... se cansa
Recupera sua energia
Me abraça como criança
Me nina ao raiar do dia.
Terá o sol como pai
Sua mãe, a dourada lua
Mansa, vira pro meu lado
Vestida num manto de nua.
Estando ao lado dela
Eu vou me sentir muito bem
A mulher que eu vou amar
Vai amar a mim também.
A mulher que eu vou amar
Vai ser o que ela quiser.
A mulher que eu vou amar
Vai ser apenas... Mulher!
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