O FOGO DA LABAREDA DA SERPENTE: SOBRE A OBRA FICCIONAL O AMANTE DAS AMAZONAS DE ROGEL SAMUEL
NEUZA MACHADO
(Trecho do livro O Fogo da Labareda da Serpente)
“Capítulo 5 - CINCO: FERREIRA: Por enquanto, o Ribamar, mergulhando no igarapé e enfrentando os obstáculos da correnteza, imerge no prosseguimento do sonho de seu criador ficcional para chegar ao Palácio Manixi e se transformar em secretário da esposa de Pierre Bataillon, D. Ifigênia Vellarde (“─ E onde está Ribamar? ─ ouço a voz de D. Ifigênia que me procura. Fecho a porta e sigo para atendê-la. Durante a noite estou de serviço.”). Em verdade, quem bate “em paus e pedras”, quem procura prosseguir “noite a dentro, extasiado e sem pensar, como se tudo aquilo fosse a [continuação de] um sonho”, é o narrador pós-moderno. Entretanto, não haverá explicações racionais, pois o primeiro narrador, narrador do segundo, “não viu mais o fogo da labareda da serpente”, ou seja, da labareda conceitual e mítica que impõe regras discursivas lineares (o já conceitualmente familiar). O primeiro narrador, temporariamente, terá de visualizar um fogo mítico, que proporcione ao seu senhor, o narrador principal, uma espécie de interrupção provisória, e este segundo, por sua vez, terá de harmonizar-se ao verdadeiro proprietário do regulamento narrativo pós-moderno-pós-modernista de Segunda Geração, o criador ficcional, buscando um momento de descanso (um momento de sonho ativado), para que, páginas adiante, ele possa pôr em evidência a ilimitação de seu interior férvido (para, com isto, apresentar o poder feminino e masculino, naturais, o poder das míticas amazonas guerreiras). No momento, na página trinta e seis do romance, quem sonha “na noite velada e muito burra e muito cega”, reafirmo, é o criador ficcional do final do século XX, impossibilitado de narrar os acontecimentos relativos ao mergulho no invólucro onírico aquático de sua consciência singular. Assim, dando prosseguimento às ordens privativas de sua “meia-noite psíquica, onde germinam virtudes de origem” (Bachelard), quem assume a interrupção narrativa transitória é o primeiro narrador, representante das formas exemplares do bem narrar, o Ribamar de Sousa”.
(MACHADO, Neuza. O Fogo da Labareda da Serpente – Sobre O Amante das Amazonas de Rogel Samuel)
Convido aos meus Leitores-Internautas (e aos estudiosos em geral da literatura brasileira dos anos finais do século XX – literatura esta que eu particularmente computo como Pós-Moderna/Pós-Modernista de Segunda Geração) a lerem o meu exercício crítico-fenomenológico, sobre a obra ficcional O Amante das Amazonas, do escritor amazonense Rogel Samuel, exercício crítico este intitulado O Fogo da Labareda da Serpente.
O meu estudo teórico-crítico-fenomenológico – O Fogo da Labareda da Serpente – poderá ser lido em:
portalentretextos.com.br/webroot/files/prt_livrosonline/o-fogo-da-labareda-da-serpente.pdf
O romance O Amante das Amazonas, para os que desejarem ler esta singularíssima obra do escritor Rogel Samuel (um romance da pós-modernidade que, diga-se de passagem, deverá ser lido em primeiro lugar, para que, posteriormente, o meu exercício crítico-fenomenológico possa tornar possível a compreensão do leitor), se encontra disponibilizado em:
historiadosamantes.blogspot.com/2009/04/0-amante-das-amazonas.html
historiadosamantes.blogspot.com/2009/04/0-amante-das-amazonas.html
Um grande abraço aos meus Leitores-Internautas, agradecendo-lhes sempre as suas preciosas visitas e as muitas demonstrações de apreço recebidas através de carinhosos e-mails.
Muito obrigada a todos!
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