RETRATO DE MÃE
NEUZA MACHADO
Hoje, Dia das Mães, vou apresentar-lhes um poeminha escrito por mim à época de minha infância. Este poeminha ficou registrado em minha memória durante esses anos todos. Nunca esqueci o fato de ser ainda uma criança quando o escrevi.
Publicando-o hoje, desejo homenagear (in memoriam) a minha Jane Mamãe (Joana). Apesar de nossos "desencontros de personalidade" e por não ter compreendido ao longo de nossas vidas o seu profundo "desequilíbrio emocional/espiritual", nesta minha atual fase de vida a homenagem se faz com mais consciência. Estendo a homenagem (também in memoriam) ao meu Antoinzinho Papai (Antônio), aquele que soube compreender os "descontroles" de sua amada Joana, em seus muitos anos de casados, e que foi para mim (especialmente) e para os meus três irmãos o ponto de equilíbrio que nos salvou de uma vida de infelicidades sem fim.
Este poema foi escrito um pouco antes dos meus onze anos e causou um certo impacto em minha provinciana cidadezinha natal, uma vez que em minha casa não existia biblioteca e muito menos o hábito familiar de leitura. Houve quem dissesse que havia se apossado de mim o espírito de algum poeta famoso, pois para eles era impossível aceitar o fato de uma criança assimilar as regras da Poética a partir de simples audições de recitações literárias na escola primária.
Tomando por base a dúvida dos "intelectuais" de minha cidade, os que não acreditaram em meu provável dom para escrever versos, fico ainda hoje a imaginar qual foi o poeta (ou poetisa) do passado que além-túmulo induziu-me a psicografá-lo.
Depois de mais de meio-século, apresento-lhes o poema:
RETRATO DE MÃE
Autora: Neuza Maria
De minha casa amiga e protetora,
Parti um dia sem um rumo certo,
Fui conhecer cidades, a assistir de perto
As maravilhas desta terra enganadora.
Ao me ver partir, minha mãe aos prantos me falou:
"Filha! Mais vale o pão que Deus nos dá,
Do que as maravilhas que na terra há!
Isto dizendo, em profundo silêncio ficou.
Passaram-se anos, muitos e muitos anos,
À minha casa voltei, arrependida.
Na mocidade não pensei na vida!
No mundo há também os desenganos!
A casa estava abandonada, tão vazia!,
As suas paredes estavam calmas.
Não havia sequer barulho d'almas,
Só um Retrato de Mãe ali jazia.
Hoje, Dia das Mães, vou apresentar-lhes um poeminha escrito por mim à época de minha infância. Este poeminha ficou registrado em minha memória durante esses anos todos. Nunca esqueci o fato de ser ainda uma criança quando o escrevi.
Publicando-o hoje, desejo homenagear (in memoriam) a minha Jane Mamãe (Joana). Apesar de nossos "desencontros de personalidade" e por não ter compreendido ao longo de nossas vidas o seu profundo "desequilíbrio emocional/espiritual", nesta minha atual fase de vida a homenagem se faz com mais consciência. Estendo a homenagem (também in memoriam) ao meu Antoinzinho Papai (Antônio), aquele que soube compreender os "descontroles" de sua amada Joana, em seus muitos anos de casados, e que foi para mim (especialmente) e para os meus três irmãos o ponto de equilíbrio que nos salvou de uma vida de infelicidades sem fim.
Este poema foi escrito um pouco antes dos meus onze anos e causou um certo impacto em minha provinciana cidadezinha natal, uma vez que em minha casa não existia biblioteca e muito menos o hábito familiar de leitura. Houve quem dissesse que havia se apossado de mim o espírito de algum poeta famoso, pois para eles era impossível aceitar o fato de uma criança assimilar as regras da Poética a partir de simples audições de recitações literárias na escola primária.
Tomando por base a dúvida dos "intelectuais" de minha cidade, os que não acreditaram em meu provável dom para escrever versos, fico ainda hoje a imaginar qual foi o poeta (ou poetisa) do passado que além-túmulo induziu-me a psicografá-lo.
Depois de mais de meio-século, apresento-lhes o poema:
RETRATO DE MÃE
Autora: Neuza Maria
De minha casa amiga e protetora,
Parti um dia sem um rumo certo,
Fui conhecer cidades, a assistir de perto
As maravilhas desta terra enganadora.
Ao me ver partir, minha mãe aos prantos me falou:
"Filha! Mais vale o pão que Deus nos dá,
Do que as maravilhas que na terra há!
Isto dizendo, em profundo silêncio ficou.
Passaram-se anos, muitos e muitos anos,
À minha casa voltei, arrependida.
Na mocidade não pensei na vida!
No mundo há também os desenganos!
A casa estava abandonada, tão vazia!,
As suas paredes estavam calmas.
Não havia sequer barulho d'almas,
Só um Retrato de Mãe ali jazia.
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