PARA O MEU FILHO ALEXANDRE COM MUITO AMOR E CARINHO
NEUZA MACHADO
Alexandre, em 2003, no dia de seu aniversário, eu estava trabalhando temporariamente em Divino do Carangola e, ao mesmo tempo, escrevendo os trechos de uma narrativa meio insólita a que denominei posteriormente As Aventuras de Bhima na Terra dos Homens. Naquele dia 24 de outubro eu passei longe de você e não pude comemorar o seu aniversário, com toda a família Sousa Machado ao seu lado, reunida para dar-lhe os parabéns. Como eu estava longe de você, naquele dia de 2003, não pude dar-lhe o meu abraço maternal, mas, com muito amor e carinho, pensei em homenageá-lo nas entrelinhas de minha narrativa (que ainda estava em andamento). Então, Alexandre, hoje, 24 de outubro de 2012 (dia dedicado ao Arcanjo São Rafael e aos Gênios da Humanidade), vou postar o capítulo assinalado das Aventuras de Bhima na Terra dos Homens neste nosso blog para que todos os nossos amigos internautas que nos acompanham (e mesmo os passageiros) possam comemorar conosco esta data que é tão importante em nosso calendário sócio-familiar.
A data de seu aniversário, Alexandre, para mim, que sou sua mãe, é muito importante (e eu sei que você já conhece este seu valor em meu coração). Nesta oportunidade, desejo reiterar aqui, neste blog, comunicando aos meus amigos-leitores, que não me canso de agradecer a Deus por oferecer-me a graça (o grande privilégio) de o ter trazido ao mundo: você, Alexandre (meu webmaster-filho querido), que é um meu filho maravilhoso, um irmão admirável de Ana Lúcia e Cláudia, um filho e grande amigo de seu pai Teófilo, um pai amoroso e exemplar de Letícia e Isabelle, um neto querido de Dona Marieta Machado (que vai fazer 90 anos no dia 30/01/2013), um sobrinho querido de seus muitos tios/tias paternos e de seu tio Tony materno, um primo estimado dos inúmeros (muuuitos) primos e primas, um amigo sincero de seus incontáveis amigos/amigas (de sua Igreja, de seu trabalho e de outros lugares).
Assim, Alexandre, estou hoje postando novamente (o texto completo poderá ser lido em um de meus blogs) o capítulo d’As Aventuras do Bhima, escrito para você em 2003. Se houver um tempinho disponível por parte dos leitores deste blog, pediria a eles também que apreciassem o capítulo da narrativa, capítulo que escrevi em 2003 em sua homenagem.
PARABÉNS ALEXANDRE! MUITAS FELICIDADES! MUITAS ALEGRIAS PARA VOCÊ HOJE E EM SEUS MUITOS ANIVERSÁRIOS FUTUROS!
COM AMOR DE SUA MÃE NEUZA
AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: NO DIA DO ANIVERSÁRIO DO ALEXANDRE
Neuza Machado
Saiba Você que,
de Século em Século,
o Bhima procurava
um Recanto Fermoso na Terra
dos Homens Sem-Rumo,
replecto de muita Paz e Luz,
bem distante das guerras
inglórias,
para ali estacionar
a sua Vimana Maravilhosa
Voadora,
e, ao mesmo tempo,
dali, observar
as Dinâmicas Mudanças Históricas
que ocorriam no Mundo.
A sua Casa-Vimana Voadora
era um pequenino
e especial
Veículo Espacial,
inventado
exclusivamente
para ele
pelo Supremo Senhor
de Grande Valor.
O Bhima Intergalático sabia muito bem que,
entre os muitos Sentinelas
do Espaço Sideral,
todos Extra-Terrestres como ele,
a sua Figurinha Estranha
Incomum
e Fenomenal
recebia da poderosa divindade
uma atenção paternal.
De verdade,
o formato exterior
de sua Vimana
era totalmente diferente
dos formatos exteriores
das Vimanas
de seus já há muito esquecidos
Complanetários Parentes.
Ouso dizer Complanetários,
para designar os pares de Bhima,
porque não sei o nome do Planeta
em que ele nasceu.
O nome do tal Planeta
sempre fora um segredo
só conhecido pela Sábia
Väjira Diamante
de Curta Cabeleira Abundante.
A Venerável jamais revelou
a seus discípulos esotéricos
o nome real
do Tal Planeta Sem-Igual,
onde ainda reside o Supremo Senhor
e seu Exército Celestial.
Se o Solitariozinho Bhima
fosse um Humano,
nascido nesta nossa
Terra Azulinda,
eu poderia pronunciar
Conterrâneo,
mas como não sei o nome
do tal Planeta distante,
prefiro referir-me
aos pares do Bhima Sentinela
quomodo
Complanetários Vigilantes.
Mas, quomodo
estava a dizer-lhe,
de tempos em tempos,
desde Àquelle Passado
Remoto,
em que viera vigilar
a Terra dos Homens
por ordem
do Supremo Senhor
de Altíssimo Valor,
o Extra-Terrestre Interplanetário
aprendera a procurar
um recanto,
de muita Paz e Luz,
para ali estacionar
a sua Vimana-Residência
Incomum.
Ele conhecia, muito bem!,
a sua função
de observador
e escrevinhador
dos Acontecimentos
do Mundo em geral,
deeeeeeeesde tempos
imemoriais!!!!!,
mas as Guerras
do Séculos XX e XXI
eram tãããããããão estressantes!
que o pobrezinho,
já um pouco Velhinho,
de vez em quando
afastava-se
da observação
e escrevinhação
das Contendas Sem-Fim,
para desfrutar
alguns instantezinhos
de Pura Solidão.
Assim,
naquelle 24 de Outubro de 2003,
Dia Dedicado
ao Sancto Archanjo Raphael
e aos Gênios da Humanidade,
ele resolvera ficar
quietinho em casa,
só para desfrutar
de um necessário
repouso corporal e mental.
Afinal,
se todos na Terra dos Homens
tinham o seu feriado,
aquelle dia de Outubro de 2003
por certo
era o feriado do Bhima.
Então?
Então, não era ele também
uma espécie de Anjo
do Supremo Senhor
de Memorável Veneração?,
se o avaliassem quomodo
os dizeres dos Humanos?
Então???
Então, bem que ele merecia
o tal feriado,
pois o Bonitinho,
em virtude
das Inúmeras Guerrilhas
da Humanidade Sem-Rumo,
nunca descansara realmente
no nosso Planeta Azulindo,
no qual, de vez em quando,
nesses milhares e milhares
e milhares de Annos-Luas,
principalmente neste anno de 2003
nos países ditos de Primeiro Mundo,
sempre apareceu e ainda aparece,
para a Vida de Paz perturbar,
um Decadente
Belicoso Governante
Guerreiro Demente.
Quomodo Vigilante Intergalático
de sua Suprema divindade,
descansar sempre fora,
por ele,
algo não muito esperado.
Mesmo, quando se refugiava
na sua Montanha de Luz Encantada
da Minas Gerais Muito Amada,
as Aventuras apareciam de montão,
graças à Varinha-de-Condão
da Veneranda Discípula da Sábia
do Alto da Conceição.
O facto, três vezes!, verdadeiro,
era que, desde o Meado do Século XX,
quando do nascimento
da Veneranda Diana dos Anjos Reis,
em uma manhã radiosa,
em que a Aurora Fermosa
surgiu matutina e muito dengosa,
o Bhima se apegara,
por demais da conta!,
àquella menininha magrelinha
filhinha da Briseides Joaninha.
Com o passar dos Annos,
o afeto pela Dianazinha Magrinha
foi aumentando,
e naquelle momento,
muitos Annos Passados,
o Bhima já não podia pensar
em viver longe
da Dianazona Gordinha.
A bem da verdade,
ele já havia se apegado
ao círculo familiar
do Antônio Aquileu
muito antes do nascimento
da Dianazinha Menininha.
A cada falecimento,
de cada um dos integrantes
da numerosa Família,
era um sofrimento sem-fim
para o Bondoso Extra-Terrestre
da Terra e do Ar
e de Mundos Afins.
Foi o que aconteceu,
por exemplo,
quando dos falecimentos
dos Filhinhos Pequenininhos
do Antoinzim Aquilim.
O primeiro foi o Alício,
o terceiro Filho
do Antônio Aquileu,
afilhado daquela Alice
das páginas atrás,
tá lembrado?,
que de febre desconhecida morreu,
quando o Antônio Aquilão
morava ainda
no Alto da Fermosa
Serra da Conceição.
O Bhima, um ser incorpóreo,
sentiu muito a morte do Menininho.
Depois, já morando perto
da Santa Luzia do Carangola,
a padroeira dos Cegos Borromeus
de toda a região,
o desafortunado Antoinzim
perdeu mais dois Meninins:
a Menininha Aparecida
TãoBreve NaVida,
e o Meninim Altamirim do Prado
de Jesus Afilhado.
A Jane Mamãe
quase morreu de tristeza
e paixão,
foi definhando
sem explicação,
salvou-a o Amor
do Antônio Aquilão.
O casal só ficou,
naquella ocasião,
com o Zé Aquileu
e o Tatão Aquilão,
os seus Filhinhos do Coração.
Mas, então,
no Anno Seguinte nasceu
a Diana Valente
Caçadora de Incríveis
Aventuras Diárias,
aquella privilegiada
proprietária de Cem Ferozes
Invisíveis Cachorros Malteses,
todos originários da Ilha de Malta
e das Ilhas Canárias
e da Ilha de San Miguel,
enviados a ela,
para a sua necessária protecção,
pelo Supremo Senhor
da Antiga Nação,
uma vez que o mesmo
sentia por ela
uma especial affeição.
No entanto,
esquecia-me de dizer-lhe
que os referidos Cachorros
eram pura invenção.
A Diana de Bom Coração
saía sozinha,
e os Cachorros a seguiam
em sua imaginação.
O único que via
a malta exemplar
protecgendo a Diana,
quando ela saía
de casa para Aventuras
mirabolantes
caçar,
era o Bhima Bonzinho,
que também a seguia
com muito carinho.
Assim,
naquelle dia 24 de Outubro,
o Bhima resolvera descansar,
quomodo já lhe informei
anteriormente,
para com isso
o seu Feriado aproveitar.
Como ele estava ali
na Montanha do Divino
Espírito Santo,
aquelle seu Lugar Preferido,
mas também o Lugar Preferido
da Sábia do Sábio
e da Diana Caçadora
Praláde Valente,
o Bhima, muito prudente,
preparou-se
para descansar a mente
e, ao mesmo tempo,
bisbilhotar o que se passava
no Terreirão de Terra Batida
da Grande Vidente.
A Grande Vidente,
por certo,
penso que Você
já compreendeu
o meu relato!,
era a Sábia Väjira
do Manto Azulado,
às vezes Escarlate,
às vezes Dourado.
Entretanto,
abandonou a Idéia
de Bisbilhotice
no Terreiro da Sábia,
porque preferiu Bisbilhotar
e anotar
o entretanto de vida
que iria acontecer,
naquelle Dia,
com a Diana
de Actitudes Rompantes
Discípula da Sábia
Caçadora de Muitas Aventuras
Intrigantes Mirabolantes
em seu Longo Viver
de Mulher Viajante.
Mas, o Bhima
cuidava em descansar,
pelo menos por uns
Segundinhos,
na sua Caminha Azulada
e Fluctuante,
localizada
em um ReCanto Aconchegante
de sua Vimana Brilhante.
Entre Tantos EntreTantos,
e Somados os Desvios,
Prosa e Versos,
o Descanso de Bhima,
anteriormente previsto,
Durou Muito Pouco,
porque,
lá do Alto,
naquella Providencial
Nuvem Nacarada,
na qual ele sempre
estacionava a Vimana
Dourada,
ele viu
quando a Diana Valente
Super-Humana
saiu de seu Micro-Casulo
Replecto de Sonhos,
para Andar Sem-Destino
pelas Estradas Floridas
Coloridas
e Arborizadas
daquella Maravilhosa Região
da Zona da Matta Mineira Adorada
de Antigas Floradas.
Aí, o Bhima
olhou
e olhou
e novamente olhou
ao seu redor,
para ver se havia,
naquelle Diferente Momento,
dentro de sua Vimana,
alguma Coisa Melhor
pra ele fazer,
do que sair Atrás
da Veneranda Diana Valente,
que estava a Andar
Saltitante
e Contente
a Direcção ao Nascente
do Rio dos Divinenses
e Carangolenses Ausentes.
Aí, o Bhima Pensou
e Pensou
e Novamente Pensou:
“O que será que a Diana
vai fazer na Beira
do Rio Divinal?
Acho que irei até lá,
só para dar uma Espiada
e depois Voltar
para o meu Sonhante Quintal!”
E ele Não Pensou
uma Quarta Vez,
pois saiu em Disparada
só para Alcançar
a Veneranda Diana,
deapé mesmo,
pois já estava
Meio Gordinho,
com Falta de Ar,
e Precisava Caminhar
para fazer um Necessário
Exerciozinho
Exemplar.
A Caminhada da Veneranda,
até à Estrada da Beira do Rio
chamado de Carangola,
durou alguns minutos
de cansaço e exaustão.
O Bhima também, coitado!,
ficou um pouco cansado!
O motivo, é bom relembrar-lhe!
(e convido-o para comprová-lo),
é que as Ruas da Cidade Divinal
eram (e ainda são!)
de Morros Tão Íngremes,
capazes de cansar
qualquer remediado cristão,
fazendo-o preocupar-se
com as temidas doenças
do coração.
Naquelle Início
de Terceiro Milênio,
24 de Outubro de 2003,
o Mal Maior
da Humanidade
de Vida Melhor
era a execrada
doença de obesidade.
Os Humanos
um pouco mais ricos,
todos estressados,
coitados!,
comiam
e comiam
e comiam,
durante o dia inteiriiiiiiiinho!,
sem parar um minuto sequer,
sem parar um estantezinho.
E então,
não havia jeito não!
Engordavam
e engordavam,
três vezes!,
engordavam,
e, depois, saiam
pra caminhar
caminhar
caminhar
e muito caminhar,
achando que com isto
as calorias do corpo
podiam queimar.
O Bhima Bonzinho,
é bom que Você saiba!,
já estava indo
pelo mesmo caminho.
O Extra-Terrestre
era um fã ardoroso
de refeições saborosas.
Não foi por acaso,
em um Passado Remoto,
naquella Fase de Vida
em que se tornou Semi-Humano,
que o apelidaram de Bhima,
o Comedor Voraz,
Executor de Tarefas
Hercúleas Demais.
Então?
Então, eu já não lhe contei
de sua grande paixão?!!!
A Culinária Mineira
era a sua perdição!
(Torresmos de Porco
com Tutu de Feijão).
Mas eis que,
naquelle dia,
Algumas Aventuras Incomuns
Surgiram De Repente
no Caminho Dourado
da Diana Valente
do Curto Cabelo
Enrolado
e de Vermelho Pintado.
Ela estava a andar
Distraída,
quando percebeu
Incomodada
um Barulho
que se aproximava,
proveniente
do Norte da Estrada.
A Diana Valente
vinha andando contente
do Sul pro Poente,
mas, assim que percebeu
a Estranha Movimentação,
ReDobrou a Atenção,
e foi ao Encontro
do tal Barulhão.
O Barulho se Aproximava
da Venerand’Atilada,
e ela se tratou de esconder-se
no Meio do Matto, Acuada,
pois não sabia
o que Aconteceria,
se exposta ficasse
à vista do Facto,
Destrambelhada!!!,
Naquelle Caminho
da Mata Cerrada.
Amigo Querido!,
não sei por que
estou a rimar?,
ao narrar
As Aventuras do Bhima
Extra-Terrestre Sem-Par?
Penso que tudo é influência
do Sábio Milenar,
nascido na Grécia Primeira
e de troante falar,
pois, de verdade!,
verdade verdadeira!,
a estória do Bhima,
escrita pelo Sábio,
Amigo da Sábia Mineira,
infelizmente,
não li direitinho,
não!!!,
mas vou ler
muito em breve!!!,
pode acreditar!
Mas, não se acostume
com este narrar
ritmado e sem-fim,
de rimas tão pobres!,
coitada de mim!
À prosa sem rima
pretendo voltar,
mas, se por acaso
houver recaída
e meu ego teimar
em versar e rimar,
peço-lhe para,
por favor!!!,
perdoar!
Mas, voltando
àquella Aventura
do Bhima
Extra-Terrestre Influente,
ao Acompanhar
de perto
o Passeio
da Discípula
da Sábia,
e tentando
explicar-lhe algo que,
a bem da verdade!,
não tem nenhuma
explicação,
o tal Barulhão,
que estava
a Aproximar-se
da Veneranda Diana,
quando de seu Passeio
na Estrada da Beira
do Rio Carangolão
em questão,
era na Verdade!,
a Fantasmagórica
Procissão
de Antigos Escravos
do Final
do Século XIX
Colonial,
Algemados
e Acorrentados,
os Pés Atados
e as Mãos Arrastando
as Pesadas Correntes
Pelo Chão,
e Cantando
os Tristes Lundus
de Procedência Africana
com Muito Sentimento
e Emoção.
À frente da Procissão,
os Arautos Angelicais
do Bom Deus Onipotente,
amado e adorado
pelos fiéis cristãos,
tocavam as Trombetas
Celestiais
Divinais,
acompanhando
o ritmo sofrido
e dolente
da Afinada Legião
de Sofredores
da Época da Escravidão.
Com a Tal Aparição,
a Veneranda
só teve o tempo
de se esconder no chão,
agachando-se atrás
de uma moita
de capim-limão.
Então, continuando o contado
do Caso Assombrado,
anteriormente assinalado,
naquelle dia dedicado
ao Archanjo São Raphael,
os Anjos de Deus
desceram do Céu
e resolveram visitar
a Veneranda Diana
Viajante Sem-Igual,
juntamente
com os Finados Escravos
de seu Passado Colonial,
porque eles sabiam
o quanto a Dita Diana
gostava de Sustos,
aqueles Sustos Poéticos
escritos à moda
de algum Menestrel.
E foi um Susto Tremendo
que a pobre levou!
O Bhima, de perto!,
a tudo assistia,
e viu quando
os curtos Cabelos Revoltos
Vermelhos
Despenteados
logo se eriçaram,
e a palidez cadavérica,
própria de quem
se vê
de repente
diante de Cortejo
Assombrado,
tomou de rompante
o seu rosto suado.
A Veneranda
já estava,
de antemão,
suando bastante
de tanto andar
e a Cuca cansar,
mas, naquelle momento,
com o Encontro Inaudito,
de terrível pavor!,
redobrou a suar.
A Dita Diana
gostava de Aventuras Sem-Fim,
isto é lá a pura verdade!,
mas, encontrar
uma Legião
de Magníficos Anjos Celestiais
unidos aos pobres
Escravos Mortais
já falecidos,
isto era de se admirar!
“Então,
pensou o Bhima Bonzão!,
por que será que o Supremo Supremo
preparou esta incrível aparição
de arrepiar
para a Veneranda Diana
de Bom Coração?”
De verdade!,
por mais que olhasse
atentamente
a Angelical Legião,
o Bhima não conseguia
assimilá-los aos de sua Raça
e Nação.
Ele bem que já ouvira falar
dos Anjos de Deus,
mas só os conhecia
por intermédio de fotos e ícones,
aquellas estampas e imagens
vistas na residência
do Antônio Aquileu.
Os Extra-Terrestres
Sentinelas do Espaço Sideral,
espalhados
pelas inúmeras Galáxias
do Universo Sem-Fim,
todos obedientes ao comando
do Supremo Senhor
de Altíssimo Valor,
não se pareciam,
nem um pouco!,
com aquellas Alvas Figuras
de Cabelos Loiríssimos,
Olhos Azuis
e Asas Enormes,
tão Brancas!,
tão Europeias!
“Mas, o que está a acontecer!”,
pensou novamente o Bhima,
“sempre considerei-me um Anjo
na Terra dos Homens?
Por que, então,
não me reconheço
quomodo um desses?
Não tenho asas,
não toco trombeta
e não faço parte
de nenhuma Legião!
O que sou, então?
Apenas um Solitário Sentinela
Observador e Escrivinhador
sem nenhum direito de acção,
para protecger
o meu Povo do Coração?”
O Bhima, coitado!,
estava meio enciumado
e, ao mesmo tempo,
um pouco intrigado.
Queria porque queria
descobrir o motivo
da tal aparição.
A Veneranda,
mesmo amedrontada,
lááá de seu esconderijo!,
ficou a esperar
o Cortejo passar.
À Frente,
para Abrilhantar
o seu Dia,
vinha o Archanjo
São Raphael,
muito compenetrado
de sua Função de Guia
dos Viajantes do Céu
Cor de Mel.
Além de Guia
dos Cristãos
Viajantes,
o Raphael
era também
o Guia dos Médicos
Ambulantes,
Aquelles Verdadeiros
Valentes
que saíam de seus
Confortáveis Lares,
só para Curar
as Feridas
dos Pobres Doentes,
Carentes,
sem um centavo sequer
pra pagar as consultas
e os necessários remédios
praláde urgentes.
Em Segundo Lugar,
vinha o Archanjo
São Gabriel,
Mensageiro do Céu.
Em Terceiro Lugar,
mas em uma Posição
Espectacular,
um pouco mais Elevado
que os Outros,
vinha o Archanjo
São Miguel,
Aquelle Archanjo Guerreiro
Vencedor dos Antigos
e Assombrosos Dragões,
os quais queriam vencer
os Guerreiros do Deus
de Antigos Serões.
Ainda bem que o Miguel
tão Valente e Fiel,
naquella época tão mítica!,
estava à Frente
dos Anjos-Soldados
de Deus Glorificado!
Logo após
aos Três Archanjos
Celestiais,
uma Revoada de Anjos,
Serafins
e Querubins Eternais
rodeavam, Agitados
e Barulhentos,
o Estranho Cortejo
dos Escravos-Fantasmas
de um Passado Cruento
do Brasil Ex-Sargento,
os Quais, Dolentes
e Morosos,
Cantavam
e Cantavam
e Cantavam,
Arrastando
Sofridos
as Grossas
Correntes
ao Relento.
É bem verdade que,
em princípio,
a Veneranda assustou-se,
mas, depois,
começou a observar
com atenção,
evidentemente escondida!,
a Incrível Aparição.
Assim,
a Velhíssima raciocinou,
e o Bhima,
que estava ali perto,
o raciocínio dela
acompanhou.
“Já sei!”,
pensou a Diana!,
“os Anjos de Deus
estão levando os Espíritos
dos Sofredores incréus
deste Lugar Divinal
para o Banquete Celestial!
Mas, por que, então,
os Anjos de Deus,
Glorificados,
não arrebentaram
as Correntes
que prendem os Pés
e as Mãos
dos Falecidos Escravos,
Martirizados,
Chicoteados,
Torturados
e Assassinados
por Feitores
Ferozes
Malvados,
a mando de Sanguinários
Senhores-de-Terras
que se diziam Cristãos
e por Deus Estimados?”
Logo que a Diana
o Tal Pensamento
Comum
Insensato
Formulou,
uma Voz Poderosa,
Espectaculosa
e por demais
Sonorosa
retrucou,
fazendo a Nobre
Velhinha
se Sacudir
de Tanto Pavor:
“Hoje é o dia
dedicado a mim,
Archanjo Raphael!,
e também dedicado
aos Anjos do Céu,
conhecidos quomodo
Gênios da Humanidade
Sem-Rumo
e Sem Véu.
E eu vi Você,
óh! Diana!,
andando
alheada
nesta parte
da Estrada.
Eu sou
o Archanjo
que protege
os Viajantes
Andantes,
e Você
que é uma
Andarilha
Contumaz
e Valente
e Otomante
De Mente
não sabe que
estou sempre
ao seu lado,
protegendo-a
nos Tombos
que costuma levar,
nessas suas
Aventuras
de Arrepiar.
Sou eu que a seguro,
quando você tropeça
nas Pedras
de seu Caminho Inseguro,
ou quando a Inveja dos Outros
a Joga no Chão
Muito Duro.
Protejo-a tanto,
e tanto!,
que o seu Filhão,
Aleph Deiforme
de Bom Coração,
Conforme Com Deus
e Um Bom Cristão,
há Trinta e Sete Annos,
nesta mesma data de hoje
24 de Outubro de 2003,
nasceu,
para Gáudio de Deus!,
e lá no Rio de Janeiro
espera um telefonema seu.
Assim, não deixe
de telefonar para o seu Filhão,
que está esperando
o seu Parabéns
com ansiada emoção!
O Cortejo de Escravos
é só para lembrar-lhe
que a Saudável Mistura
de Sangues Vermelhos,
de negros e brancos,
existe em Você,
e uma Vela Sagrada
Você deverá acender,
não para os Escravos
Torturados
e Assassinados
com requintes
malvados,
pois esses
já fazem parte
do Reino de Deus,
mas a Vela Bendita
é para Aquelle
seu Antepassado Mestiço
e Malvado,
que aos seus Próprios
Consanguíneos,
sem piedade!,
mandava Açoitar.
Na verdade,
óh! Diana Valente
Viajante Com Rumo!,
os Escravos Mortos,
há muuuuuuito!,
já se livraram dos Grilhões
que os prendiam
na Terra dos Homens
Sem-Rumo.
Esta Cena Tristonha
é uma Visão,
para ser registrada
em seu Coração.
Nunca se esqueça
de seu Sangue Mestiço,
doado por sua Trisavó,
a Mulata Antoninha
Filha do Ciço,
Casada no Papel
e na Religião
com o Grande
Fazendeiro Português
João Pereira
Barba de Argolão.
E não se esqueça
que o seu Bisavô,
o Joaquim Pereirão,
filho do Argolão,
o seu Bisavô Fazendeiro Mestiço
e Malvado,
ainda Hoje
na Porta do Céu
implora
para ser perdoado.
Só você, óh! Diana!,
De Mente Tão Sana
possui nas Mãos
o Poder do Perdão!
Vá, então,
à Igreja
do Divino Espírito Santo
do Antigo Sertão
e Acenda uma Vela
per a Alma
de seu Bisavô
Joaquinzão!”
A Veneranda,
admirada!,
ouviu as Palavras
do Archanjo
dos Anjos Celestiais,
e correu, Assustada!,
a direção à Igreja
do Alto Divinal,
Igreja Exemplar,
para a Vela Acender
e Encantar,
e, com isto,
a Alma Trevosa
do Bisavô Joaquinzão,
enfim, Descansar!
O Bhima,
que estava
ali por perto,
acompanhando
todo o desenrolar
da Insólita Conversa,
passou a compreender
tudinho direitinho.
Ele também era um Anjo,
e merecia Folgar no Tal
Feriado Angelical,
só que ele
era um Anjo Diferente,
com Funções Diferentes,
Oriundo
de Planeta e Galáxia
desconhecidos
dos Indômitos Crentes.
Aí, ele compreendeu tudo,
tudinho!
“O Supremo Senhor
é mesmo
para se admirar!”,
pensou o Bhima!,
“sabe direitinho
quomodo
as Diversas Religiões
agradar!”
Depois da Incomum Aventura,
o Bhima acompanhou
de longe evidentemente
a Diana Mineira Valente
até ao Átrio da Igreja
dos Católicos Tementes,
do Divino Espírito Sancto Influente.
Ali, ela acendeu uma Vela
pro seu Bisavô Joaquinzão,
o Sinhô Mulato Demente,
e como a Diana tinha um Bom Coração,
acendeu Outras
per as almas de Todos
os Falecidos Cristãos.
A seguir,
a Veneranda rumou
pro seu Recanto de Luz
e suave mansidão,
pegou o telefone
(que Grande Invenção!)
e telefonou pro Filhão
Aleph Deiforme
Muito Estimado
Per os Anjos
e Archanjos
Comandados
por São Miguelão.
A Veneranda Antiquada,
muito emocionada!,
deu os Parabéns pro Filhão,
mas convenhamos!,
um pouco Intrigada
com a Aparição,
porque,
de verdade!,
ela nunca,
naquelles Annos Todos,
deixara de telefonar
pros seus Filhos Queridos
nas Datas de Muita Emoção.
A Veneranda
era uma Dedicada Mãezona,
e só estava esperando
a Hora Certa
Correta
para telefonar pro Filhão.
O Bhima
não conseguia
compreender
a Aparição
do Archanjo Exemplar,
Intimando-a
a telefonar.
Só se a Data
em questão fosse,
também,
a Data de Aniversário
do Bisavô Joaquinzão.
Pensando e Pensando,
Três Vezes! Pensando,
o Bhima Rumou deapé
pro seu Recanto Adorado,
porque o Gordinho estava
bastante cansado.
Entrou na Vimana,
fez um Caffezinho Mineiro,
muito gostosinho!,
para saboreá-lo
com pão com manteiga
praláde fresquinho,
pão saboroso
comprado do Padeiro
João Virtuoso.
Aí, o Bhima se Enrolou
em suas Cobertinhas
de Seda Francesa e Linhão,
pois o Frio Mineiro,
o Tremendo Frião,
já fora embora dali
de Avião,
e o Calor Brasileiro
do 24 de Outubro
de 2003
já estava em Acção.
O Bhima foi tirar
uma Soneca RePousante
no Meio da Tarde
Mutante.
Nesse EntreTanto,
o Destino Sem Tino
Oriundo
da Grécia Milenar
Começava a EntreTecer
e a Preparar,
para a Discípula da Sábia
Multimilenar,
Nova Aventura
MultiEstelar!